28/12/2023 às 12:02 | Atualizada: 28/12/2023 às 12:28
Apesar de queda de 11%, número de mulheres assassinadas ainda é grande em Mato Grosso
Eloany Nascimento
Uma queda de 11% foi registrada no número de feminicídios entre janeiro a outubro deste ano em Mato Grosso, em comparação ao mesmo período do ano passado. No entanto, ainda há muito que melhorar, pois 33 mulheres tiveram a vida ceifada de forma trágica pela simples condição de ser mulher.
Conforme um levantamento feito pelo Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp), em agosto deste ano, 89% das vítimas foram mortas por companheiros, namorados ou ex-parceiros. Do total dos crimes, mais de 70% ocorreram nas casas das vítimas, em que o principal meio empregado foi a arma de fogo, em 68% das mortes, seguido de outras armas brancas, ou seja faca, canivete, facão.
Além de trazer um vazio, sensação de impotência, impunidade e insegurança para a sociedade, o feminicídio afeta diretamente a vida de milhares de famílias que perderam uma mãe, filha, irmã, amiga, entre outras.
Entre as vidas afetadas está a de 36 filhos que perderam as mães assassinadas no primeiro semestre deste ano no estado. Quatro ficaram órfãos de mãe e pai. Das vítimas, 15 tinham filhos com seus algozes e 6 foram mortas na frente dos seus descendentes.
Os dados fazem parte da análise “Mortes Violentas de Mulheres e Meninas em Mato Grosso”, produzida pela Polícia Civil de Mato Grosso a partir da coleta de informações em boletins de ocorrências e inquéritos policiais.
Muitos destas ocorrências foram noticiados ao decorrer do ano pelo Leiagora. Abaixo listamos 10 casos que geraram mais comoção em Mato Grosso.
A morte da advogada Thays Machado, cometida pelo ex-namorado, Carlos Carlos Alberto Gomes Bezerra, filho do deputado federal Carlos Bezerra (MDB), também gerou grande comoção. O namorado da vítima também foi morto a tiros pelo criminoso. O crime ocorreu no dia 16 de janeiro, em Cuiabá.
A jovem Emily Bispo da Cruz, 20 anos, brutalmente assassinada em 16 de março na frente do filho de 4 anos, no bairro Pedra 90, em Cuiabá. O autor do crime, Antônio Aluízio da Conceição Marciano, não aceitava o fim do relacionamento.
Em 13 de agosto, outro crime brutal provocou revolta e tristeza em Mato Grosso. a advogada Cristiane Castrillon da Fonseca Tirloni, 48 anos, foi encontrada morta no Parque das Águas em Cuiabá. A perícia apontou que a vítima foi abusada sexualmente e brutalmente espancada pelo ex-policial Almir Monteiro dos Reis.
Ana Paula dos Santos Pereira Magalhães, 41 anos, foi morta com um tiro na cabeça pelo marido. O crime ocorreu no dia dia 2 de setembro na frente da filha do casal, 6 anos, em Cotriguaçu. O médico veterinário, Anderson Francisco de Magalhães, 43 anos, foi denunciado por homicídio triplamente qualificado.
Joicemara Baltazar de Moraes, 27 anos, teve a sua vida ceifada no dia 5 de setembro em Juína pelo marido na frente da filha de apenas 11 meses. Inicialmente, Elvis Guebarra Fernandes, alegou que a mulher havia sido baleada após reagir a um assalto, mas acabou desmentindo a versão. A arma do crime foi encontrada no quintal da casa.
Mikaelly Mendes da Silva, 26 anos, foi morta a facadas após um desentendimento com o marido no dia 7 de outubro, no município de Tangará da Serra (a 244 km de Cuiabá). O autor do feminicídio foi preso em flagrante e arma do crime foi apreendida na casa da mãe dele.
Recém divorciada, Simone Antunes da Silva, 34 anos, foi morta pelo ex-marido a facadas no dia 10 de outubro em Sinop (a 476 km de Cuiabá). Cerca de 27 dias antes de ser morta, a vítima denunciou o ex-marido por ameaça e lesão corporal. Ela chegou a solicitar medida protetiva.
O feminicídio fez mais uma vítima na noite de 15 de novembro, no bairro Nova Era, em Cáceres (a 219 km de Cuiabá). Rosemar Cebalho Baroncielo Bispo, 34 anos, estava chegando do serviço acompanhada de um colega de trabalho, quando foi surpreendida pelo ex-marido Aloísio Teodoro Bispo Filho, 37 anos. A mulher foi esfaqueada 44 vezes.
A jovem Paulina Luz de Amorim, 23 anos, foi morta pelo ex-namorado, de 21 anos, em Querência, (a 912 km de Cuiabá), no dia 25 de novembro. Segundo a Polícia Civil, o homem foi encontrado deitado ao lado da vítima, abraçado a uma bebê de 1 ano.
O autor do crime confessou e alegou ter matado a vítima após ver mensagens no celular dela.
Cleci Calvi Cardoso, 46 anos, e as filhas Miliani Calvi Cardoso, 19 anos, Manuela Calvi Cardoso, 13 anos e Melissa Calvi Cardoso, 10 anos, foram brutalmente assassinadas dentro de casa no dia 24 de novembro, em Sorriso.
O casou gerou comoção nacional por conta da crueldade. As vítimas foram estupradas e mortas com cortes profundos no pescoço. A mais nova de 10 anos, foi asfixiada.
O criminoso, Gilberto Rodrigues dos Anjos, 32 anos, confessou o crime. Ele trabalhava como pedreiro em uma obra ao lado da casa das vítimas. Ele possuía dois mandados de prisão em aberto, sendo um por estupro cometido em Lucas do Rio Verde, e o outro por latrocínio em Mineiros, no estado de Goiás.
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