Vice-presidente da Aprosoja analisa que MT precisa expandir mercado para garantir independência de grandes tradings
Da Redação - Luíza Vieira / Da Reportagem Local - Paulo Henrique Fanaia
Para o presidente eleito da Aprosoja-MT, Lucas Costa, Mato Grosso precisa criar novos mercados para absorver o escoamento de grãos e carne para não ficar dependente de grandes empresas de exportação. A fala foi feita em coletiva de imprensa, realizada na quinta-feira (23), sob o contexto dos debates quanto à Moratória da Soja, após ser questionado sobre uma possível saída das multinacionais do Estado.
“Pode acontecer sim, mas a gente sabe que essas empresas, a maior parte do volume, elas exportam para o mercado asiático e a Ásia vem com fome e ela precisa de proteína e Mato Grosso tem para oferecer. Talvez, seja uma saída para criarmos novos mercados para absorver toda essa produção de Mato Grosso, sem a gente depender nada da Europa”, avaliou.
A Moratória da Soja assinada em 2008 e governada pela Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), que é presidida pelo empresário mato-grossense Blairo Maggi, e Associação Nacional dos exportadores de Cereais (Arsec), mantêm relações com signatárias como o próprio Grupo Amaggi e Cargill, as quais limitam as exportações de soja com produtores que em suas áreas de cultivo não apresentem nenhum tipo de desmatamento na região amazônica.
Com o mercado restrito à zero chance de desmate, produtores mato-grossenses chegaram a pressionar o governo de Mato Grosso, sob a alegação de que o próprio Código Florestal Brasileiro admite desmatamento legal de até 20% de em uma propriedade rural situada nesta região. Por sua vez, o governador Mauro Mendes afirmou que com cautela visa criar medidas que resolvam a situação, as quais podem estar atreladas à retirada de benefícios fiscais às grandes trades, empresas que atuam como intermediárias entre o processo de compra e venda de determinado produto.
Situação delicada, uma vez que as empresas são responsáveis por mais de 90% de toda a soja produzida no país. Por isso, Lucas chega a afirmar que as instituições formam um monopólio e até cartel no mercado.
“Hoje a união dessas empresas que estão aderindo à moratória é mais de 90% do mercado. Então, isso chama atenção, teoricamente é um monopólio, podendo ser até considerado um cartel dessa união que restringe para esses produtores que não tenham opção”, avalia.
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