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12/04/2024 às 07:55 | Atualizada: 12/04/2024 às 08:00

CNJ abre investigação contra juiz federal para apurar irregularidade na soltura de dupla presa com 420 kg

Eloany Nascimento

O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) abriu uma investigação para apurar a existência de irregularidade na atuação do juiz federal de Cáceres, Guilherme Michelazzo Bueno que concedeu alvará de soltura a Rosivaldo Herrera Poquiviqui e Marcos Antonio Rodrigues Lopes presos com 420 kg de cocaína e maconha em Porto Esperidião em Porto Esperidião (a 320 km de Cuiabá). 

A decisão da abertura da apuração foi determinada pelo corregedor nacional de Justiça, ministro Luis Felipe Salomão, após repercussões negativas da soltura dos traficantes, entre elas, do governador Mauro Mendes. A prisão ocorreu no sábado e a liberação ocorreu no último domingo (7), durante o plantão judiciário.

“Há necessidade de se investigar, na esfera administrativa, se há alguma irregularidade na atuação do juiz federal ao macular o previsto na Constituição Federal, na Lei Orgânica da Magistratura Nacional (Loman) e no regramento traçado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), em especial envolvendo a adequação da sua atuação ao regramento pertinente ao plantão e ao juiz natural”, manifestou o corregedor na decisão pela abertura do pedido de providências.

O plantonista que concedeu a liberdade fundamentou a decisão no fato de ser a dupla natural do estado, o que seria indicativo da falta de intenção de cometer crimes. Para o juiz, os acusados apenas “aproveitaram a oportunidade de dinheiro fácil, por serem pobres e residentes na fronteira com o país maior produtor de uma das drogas recreativas mais usadas no mundo, a cocaína”.

Ao se pronunciar pela apuração, Salomão cita a repercussão do caso na imprensa e lista cinco notícias veiculadas por meios de comunicação, com informações que subsidiarão o pedido de providências.

Também consta da decisão do corregedor, a revogação da soltura dos dois homens por outro juiz federal, titular da 1.ª Vara Federal Cível e Criminal de Cáceres, na última segunda-feira (8).

Um dos acusados era foragido da Justiça desde 2016, quando teria sido condenado a 10 anos de reclusão em regime fechado pelos crimes de organização criminosa e tráfico de drogas.

 
Com informações da assessoria/CNJ
 
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