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29/06/2020 às 11:00

Com 94% de UTIs ocupadas, governo deve apresentar hoje plano de ampliação do sistema de saúde

Camilla Zeni

O governo de Mato Grosso tem até esta segunda-feira (29) para apresentar na Justiça um plano de ampliação de leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTI) no sistema público de Saúde e o cronograma da execução das obras.

A determinação foi do juiz José Luiz Leite Lindote, da Vara Especializada de Saúde Pública de Mato Grosso, ao atender pedido do Ministério Público do Estado na semana passada. Além de Mato Grosso, Cuiabá e Várzea Grande também devem apresentar um planejamento na Justiça.

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O magistrado levou em consideração a aproximação do colapso do sistema público de saúde e a falta de leitos de UTI diante da pandemia do novo coronavírus. Além disso, declarações do próprio secretário estadual de Saúde, Gilberto Figueiredo, de que o caos era iminente. 

De acordo com o governo do Estado, em boletim informativo divulgado na tarde de domingo (28), Mato Grosso tem 94,1% dos seus leitos de UTI ocupados. Sobravam, até a elaboração do documento, 14 unidades disponíveis. Essas vagas estariam divididas da seguinte forma: três no Hospital Metropolitano, em Várzea Grande, oito no Hospital Estadual Santa Casa, em Cuiabá, e três no Hospital Municipal de Barra do Garças.

No entanto, a fila de espera para transferência para leitos de casos mais graves é muito superior. Apenas em Várzea Grande, segundo divulgou a prefeitura municipal, mais de 30 pessoas esperavam a transferência de unidade.

A situação da covid-19 em Mato Grosso tem se agravado consideravelmente desde o fim de maio. No dia 30 daquele mês, o Estado tinha 2.413 pessoas diagnosticadas com a doença, e uma taxa de ocupação da UTI em 17,2%. Naquela época também o número de casos fatais somava 58. Já nesse domingo, 29 de junho, 30 dias depois, os casos aumentaram 507%, saltando para 14.654 pessoas diagnosticadas com a doença. O número de mortos também cresceu 856% no mesmo período, atingindo a lamentável marca de 556 óbitos.

Considerando a gravidade da doença, o governo passou a orientar os municípios com medidas mais restritivas, desde 12 de junho, com base em uma classificação de risco de contaminação da covid-19.

De acordo com a última atualização da lista, feita na sexta-feira (26), 15 municípios estão com risco muito alto de infecção da covid. São eles Cuiabá, Várzea Grande, Rondonópolis, Sorriso, Primavera do Leste, Lucas do Rio Verde, Nova Mutum, Tangará da Serra, Campo Verde, Matupá, Querência, Pedra Preta, Nossa Senhora do Livramento e Porto Esperidião. 

Desses municípios, os três primeiros tiveram decisão judicial que determinava quarentena obrigatória a ser imposta para a população. A medida, na região metropolitana de Cuiabá, vale por 15 dias. Em Rondonópolis vale por 7 dias. As cidades têm, respectivamente, 3.570, 1.165 e 1.117 casos de covid-19 registrados. São também os municípios com maior número de mortos em decorrência da doença, sendo 159, 110 e 44 casos fatais, respectivamente.
 
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