A tese de tiro acidental no caso da morte de Isabele Guimarães Ramos, de 14 anos, está decartada pelo laudo da balística realizado pela Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec).
Em trecho do documento, entregue à Polícia Civil nesta terça-feira (11), consta que "o perito concluiu que se trata de morte violenta causada pelo disparo de arma de fogo contra a região da face da vítima". Isabele foi morta no dia 12 de julho, na casa da família Cestari, no condomínio Alphaville I, em Cuiabá. O tiro teria sido disparado pela amiga da adolescente, de mesma idade.
Conforme a Politec, o disparo foi executado mediante acionamento regular do gatilho, com o artirador na porção esquerda do banheiro. "No ato do disparo, o agente agressor posicionou-se frontalmente em relação à vítima, sustentou a arma a uma altura de 1,44 m do piso com alinhamento horizontal e a uma distância entre 20 e 30 cm da face da vítima".
Outro fator relevante é que o laudo descarta que o tiro tenha ocorrido conforme as circunstâncias alegadas no depoimento da adolescente que seria a autora do tiro.
"A arma de fogo, da forma que foi recebida, somente se mostrou capaz de realizar disparo e produzir tiro estando carregada (cartucho de munição inserido na câmara de carregamento do cano), engatilhada, destravada e mediante o acionamento do gatilho", afirmam os peritos.
Vale destacar que tanto no depoimento do namorado da adolescente que assumiu a autoria do disparo quanto no da mãe dela, foi declarado que a arma estaria sem munições na câmara. O laudo traz diversas simulações feitas pelo peritos, que levam à conclusão de que seria impossível o tiro ser disparado sem as condições mencionadas.
"A arma de fogo passou por testes para verificar a possibilidade de produzir de tiro da forma descrita pela adolescente em seu depoimento: foi inserido cartucho sem projétil e sem pólvora (somente estojo e espoleta) na câmara de carregamento do cano; a arma AFQ1 foi balançada ao ar livre, em diferentes posições, e foi impactada moderadamente contra superfície emborrachada", relata o laudo.
O objetivo da perícia era "realizar os exames de caracterização e eficiência de armas de fogo e munições, exame de comparação balística entre arma de fogo e estojo de munição, exame de comparação balística entre arma de fogo e projétil de arma de fogo, e exame de verificação da possibilidade de ocorrência de tiro acidental por arma de fogo, e ao final responder os quesitos oficiais e específicos apresentados pela autoridade requisitante".
O motivo e a finalidade da ação não foram determinados pela perícia.
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