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Notícias / Literatura

12/11/2021 às 15:37

Luciene Carvalho lança, nesta sexta, dois livros pelas ruas de Cuiabá, por meio de carro de som

'Preta Poética' tem declamação de trechos dos livros de poesia e de prosa da escritora, com uso de alto-falantes

Priscila Mendes

Luciene Carvalho lança, nesta sexta, dois livros pelas ruas de Cuiabá, por meio de carro de som

Foto: Karen Malagoli / Teatro Zulmira Canavarros

A poeta e escritora Luciene Carvalho está lançando, na tarde e noite desta sexta-feira (12), dois livros: um de prosa (o segundo da carreira) e um de poesia. Isso de forma muito inusitada: percorrendo pela cidade, em um carro de som reproduzindo trechos da obra.

A iniciativa busca voltar às origens da autora: a poesia falada - seja nas rodas familiares de declamação, seja na condição do P do Rap (em referência à sigla em inglês Ritmo e Poesia).

O projeto ‘Preta Poética’ ocorre neste mês em alusão ao Dia Nacional da Consciência Negra (20 de novembro) e compõe a programação da Casa das Pretas e do gabinete da vereadora Edna Sampaio. “É uma assinatura étnica, assinatura de 'coisa de preto'”, comenta, ao Entretê, Luciene Carvalho, membro da Academia Mato-grossense de Letras.

A programação compõe, ainda, a Primavera Luciene, uma série de iniciativas multiculturais e multidisciplinares, iniciadas em setembro, com previsão de novidades até dezembro.

Os dois livros - o de poesia Gula D’Água e o de prosa ‘Doze Contos: Interpretando a Miragem’ - foram financiados pela Lei Aldir Blanc, em editais realizados pelas secretarias estadual e municipal de Cuiabá de Cultura, Esporte e Lazer, respectivamente. As obras foram publicadas pela Carlini e Caniato Editorial. Como contrapartida, a escritora já repassou parte dos exemplares para o sistema de bibliotecas públicas.

Sobre a proposta do ‘Lançamento de Rua’, Luciene explica que “o carro de som vai levar a voz da poeta com poesias e com contos do livro [...]. A cidade vai receber poesia, a cidade vai receber prosa. É a literatura colocada no nível mais democrático e também intrapandêmico, porque nós continuamos em uma pandemia. E eu não queria fazer live, porque também é exclusão, nem todo mundo tem acesso à internet. E ainda não é o momento de estarmos juntos e próximos e em muitos. Aí nasce o formato Lançamento de Rua, em que a gente derrama literatura para a cidade.

No percurso, que parte do bairro Porto, chega à região do CPA e encerra no Centro Histórico de Cuiabá - a Casa das Pretas, na Praça da Mandioca, há paradas em alguns órgãos públicos e em algumas instituições filantrópicas, para entregas de um exemplar de cada livro, além de percorrer avenidas populosas. “A gente faz, no desenho do percurso, um olhar invertido, uma busca de levar literatura aos desvalidos da cidade, do ponto de vista literário”, pontua.

Além das secretarias estadual e municipal, receberão exemplares no ‘lançamento de rua’ o Instituto Don Fischer, a Associação de Mulheres do Jardim Vitória, o Cine Teatro Cuiabá e a Afroteca da Casa das Pretas.

Quem quiser adquirir os livros pode acessar o site da Carlini e Caniato ou solicitar diretamente ao produtor cultural Raul Lázaro, pelo telefone (65) 9 9635-3486.

Confira o percurso:

Partida no bairro Porto, passando pela Avenida da Prainha, Avenida do CPA, bairro Morada do Ouro, Instituto Don Fischer (CPA III, Setor 2), Associação de Mulheres do Bairro Jardim Vitória, Avenida do CPA, Rodoviária, Avenida Miguel Sutil, Secretaria Estadual de Cultura, Avenida Mato Grosso, Rua Barão de Melgaço, Secretaria Municipal de Cultura, Cine Teatro Cuiabá e chegada na Casa das Pretas (Praça da Mandioca).

Sinopse dos livros:

Doze Contos: Interpretando a Miragem (prosa) evidencia ciclos femininos, pois marca na divisão dos meses a desconstrução da imagem da mulher fixada em regras de comportamentos de cunho moralizante.

Luciene rompe com a ideia homogeneizante do ‘ser mulher’, ao trazer personagens que representam situações cotidianas, mas que convidam a refletir sobre a situação social da mulher abandonada, da mulher que vive em função do outro, da sexualidade, do incesto e do trabalho. Nesse sentido, refletir sobre a escrita da mulher é se deparar com a revelação do não dito no decorrer da história.

Por outro lado, a voracidade poética de Luciene Carvalho em Gula D’Água (poesia) expressa a sede por amor de uma mulher insaciável. O amor que permeia a obra se trata de um movimento torrencial. As três partes, intituladas cama, mesa e banho, direcionam o leitor para o cotidiano feminino, pois, seja na cama, na mesa, seja no banho, sempre é tempo para o amor.

O amor apresentado na poética luciênica em Gula d’Água, apesar de toda a voracidade, é carregado de intimidade e afetividade, que são demarcadas pelo espaço de convivência em todas as estações do ano, em todas as fases da lua.

Mais informações: (65) 9 9635-3486.
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