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Notícias / Gastronomia

22/02/2022 às 15:55

Pesquisa da UFMT quer saber: Por que o pequi é importante na culinária regional?

Grupo de estudos investiga a influência dos fatores culturais e emocionais na aceitação do pequi em Mato Grosso

Priscila Mendes

Pesquisa da UFMT quer saber: Por que o pequi é importante na culinária regional?

Foto: João de Melo / Empaer

Não importa se você gosta ou não de pequi, todos são unânimes sobre a importância do fruto para a culinária regional. Mas o que faz com que o pequi seja um dos alimentos preferidos dos sabores de Mato Grosso? Ocheiro? O sabor? A memória? O hábito?

Todas essas perguntas serão respondidas por uma pesquisa desenvolvida pelo Grupo de Estudos sobre Frutos Nativos (Frutivo), da Faculdade de Nutrição (FANUT) da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). E você pode contribuir! O questionário está disponível para todos os públicos neste link.

O Frutivo investiga a influência dos fatores culturais e emocionais na aceitação do pequi.

A pesquisa é desenvolvida pela professora da faculdade de nutrição e coordenadora do Frutivo, Ana Paula Pereira e pela discente de graduação em Nutrição e bolsista da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Mato Grosso (Fapemat), Jadi Barros. Além disso, conta com a colaboração do professor da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), Erick Esmerino.

Jadi Barros conta que a vontade de estudar os fatores emocionais e culturais envolvidos na aceitação do pequi surgiu por diversos fatores. “O primeiro é o fato de que esse fruto apresenta um aroma intenso e bem característico, determinado por rica quantidade de compostos voláteis e sabor peculiar. No entanto, a literatura aponta que não há unanimidade: enquanto alguns não suportam o cheiro, outros o apreciam muitíssimo. Outro fator são as evidências apontadas na literatura de que a experiência afetiva e os aspectos culturais estão relacionados à aceitação dos alimentos”.

A estudante também destaca que o pequi tem uma grande importância econômica e cultural para as populações que vivem ao redor das áreas de ocorrência da espécie. Principalmente para as pessoas que dependem da agricultura familiar e para as comunidades de baixa renda.

"A pesquisa ainda está em fase inicial, a coleta de dados começou há pouco tempo, de forma on-line. Mas, esperamos que os resultados encontrados venham a contribuir para a criação de políticas públicas que visem a inserção de frutos nativos no mercado”, revelou a pesquisadora.

Questionário on-line

O questionário será utilizado como instrumento para avaliar a diferença da aceitação, dos hábitos de consumo, e dos fatores que influenciam na aceitação e nos hábitos de consumo do pequi. A plataforma ficará disponível até junho de 2022.

A graduanda defende que é fundamental que haja uma alta adesão de participantes, para que a amostra seja representativa e eficaz para o estudo. “Nós optamos por utilizar o questionário online de autopreenchimento porque ele permite que alcancemos um número maior de pessoas em todas as regiões do Brasil”, reforçou Jadi.

Vale ressaltar que há garantia de sigilo das informações coletadas e que serão utilizadas apenas para fins de pesquisa, protegendo a identificação dos participantes.

Segundo Jadi Barros, os hábitos alimentares estão diretamente relacionados com a cultura do seu povo. E é importante pensar em estratégias de valorização e estímulo ao consumo e fortalecimento da identidade alimentar regional.

“Atualmente, os povos originários do Brasil enfrentam conflitos e ameaças constantes, sentindo diretamente os efeitos do modelo de desenvolvimento atual, produtivista e depredatório. O reforço na valorização do pequi está diretamente relacionado à valorização da cultura da região. Estar em conexão com o seu território e sua biodiversidade, saberes e práticas é fundamental para a garantia do acesso a alimentos mais saudáveis e à sustentabilidade”, concluiu a bolsista.

Com assessoria
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