Personalidades e expressões culturais de Mato Grosso são foco das seis obras audiovisuais do cineasta Márcio Moreira, que serão compartilhadas nesta terça-feira (9), partir das 19h30, nas redes sociais do Cine Teatro Cuiabá e do Cineclube Coxiponés da UFMT.
Até o fim do mês estarão disponíveis os filmes: 'Saringangá (2001)', ‘Trindade esquecida’ (2001) e quatro episódios da série Imagens da Terra, projeto coordenado por Kátia Meirelles: 'Arte aqui é mato (2001)', 'Os Caretas (2001)', 'Os Cinco Morenos (2001)' e 'Dunga Rodrigues (2001)'.
A ação integra a Temporada de Filmes Online, organizada em substituição à programação presencial cancelada em atenção às medidas de contenção e prevenção à Covid-19. Enquanto durarem as medidas de distanciamento social, a Temporada de Filmes Online difunde conteúdos audiovisuais independentes, com ênfase na produção realizada em Mato Grosso.
O compartilhamento dos filmes acontece sempre no mesmo dia da semana e horário em que tradicionalmente acontecem as sessões de cinema do Cine Teatro Cuiabá. A ação também envolve parceria da Rede Cineclubista de Mato Grosso (REC-MT).
Sinopse: Dom Luiz de Albuquerque de Melo Pereira e Cáceres (Eduardo Espíndola), retorna a Vila Bela da Santíssima Trindade, dois séculos após ter governado a primeira capital de Mato Grosso.
Arte aqui é mato (Márcio Moreira, MT, 2001, 14’, classificação indicativa livre)
Sinopse: A década de 1970 foi marcada pela efervescência das artes plásticas em Mato Grosso, estimulada principalmente pelo trabalho de duas grandes personalidades de notório reconhecimento no cenário das artes plásticas do país: Aline Figueiredo e Humberto Espíndola. O documentário contextualiza esse movimento nas artes plásticas em Mato Grosso e apresenta artistas e personalidades que até hoje desempenham papel fundamental no campo das artes visuais no Estado.
Os Caretas (Márcio Moreira & Luiz Carlos Ribeiro, MT, 2001, 10’, classificação indicativa livre)
Sinopse: O documentário mostra a tradição dos Caretas, das origens até a virada da década de 2000. Iniciada como uma brincadeira de uma família que gostava de pular o carnaval nas ruas de Guiratinga cobrindo o rosto apenas com sacos de papel pintados com carvão, a tradição evoluiu para um singular trabalho artesanal de produção de máscaras que caracterizam até hoje uma das manifestações mais peculiares do carnaval de Mato Grosso.
Os Cinco Morenos (Márcio Moreira, MT, 2001, 13’, classificação indicativa livre)
Sinopse: Na década de 1950, cinco irmãos resolveram brincar com seus instrumentos musicais nas suas horas de folga. Trabalhadores da lavoura e da pesca, cada qual demonstrava o seu talento especial para a música. Nascia assim o grupo musical Os Cinco Morenos.
Sinopse: O documentário mostra a pianista e escritora Dunga Rodrigues (1908-2006) aos 93 anos, esbanjando jovialidade e bom humor. Com uma memória de fazer inveja, ela conta histórias que marcaram sua vida, discorre sobre como a literatura a cativou na infância e também revela como, na adolescência, passou a adotar o nome Dunga.
Márcio Moreira
Márcio Moreira nasceu em Sobral, Ceará. Filho de militar, sempre teve espírito aventureiro, o que o levou a chegar a Cuiabá, em 1995, para prestar vestibular. Na capital de Mato Grosso formou-se em Comunicação Social na UFMT, em 1999. Ainda na faculdade, começou a desenvolver pesquisas, dedicando-se às riquezas da história e da cultura do estado.
Essas pesquisas permitiram a Moreira desenvolver obras tanto na literatura como no audiovisual e cinema. Ele é autor do livro “Cuiabá na Lente do Foto Cháu: um resgate cinematográfico”, sobre vida e obra de Lázaro Papazian, conhecido como Cháu, um dos pioneiros a registrar em película, por mais de meio século, os diversos acontecimentos de Mato Grosso, em especial cenas da vida social e urbana de Cuiabá.
No cinema, Márcio Moreira é roteirista e diretor do curta-metragem “Saringangá”, realizado em locações em Mimoso-MT, com participação do grupo de Siriri Araras do Mimoso. No elenco estão Mara Ferraz, Romeu Benedicto, Regina Lobo, Vera Capilé, Mariana Ferreira e João Marcio Pereira. “Saringangá” foi filmado em película super 16mm e ampliado, na montagem, para 35mm, com direção de fotografia de Jorge Monclar.
Além das obras programadas nessa Temporada de Filmes Online, Moreira produziu e dirigiu mais de uma dezena de documentários sobre personalidades e expressões da cultura de Mato Grosso, muitos desses em trabalho colaborativo com Luiz Carlos Ribeiro e Kátia Meirelles, na série “Imagem da Terra”.
Entre eles estão “Dança dos Mascarados”, onde festeiros pantaneiros, todos homens, se revezam ora como valetes, ora como damas, em dualidade escondida por trás de misteriosas máscaras; “Anji Ytambiely”, que mostra a Festa do Milho, realizada em memória dos ancestrais que morreram num trágico incêndio na aldeia que dizimou quase toda sociedade Bakairi; e “Comunidade de São Gonçalo”, que mostra a comunidade homônima, famosa pelas belas cerâmicas, pela viola-de-cocho e outras expressões da cultura popular de Mato Grosso.
No Grupo Gazeta de Comunicação, na TV Vila Real – onde trabalha desde 2002 – Márcio Moreira já dirigiu programas de entretenimento e atualmente é editor chefe de programa jornalístico. Entre os projetos recentes, Márcio Moreira está em fase de conclusão de um livro sobre a vida de Névio Lotufo.
Cine Comentário Sonoro
Para complementar a difusão online das obras de Márcio Moreira, o cineasta participa de episódios da série Cine Comentário Sonoro.
Na quinta-feira (11), Moreira e Kátia Meirelles –coordenadora do projeto Imagem da Terra–compartilham memórias sobre “Dunga Rodrigues”. No sábado (13), Márcio Moreira conta histórias sobre bastidores de produção de “Saringangá”.
Os episódios poderão ser acessados, sempre a partir das 19h, na página do Facebook e do blog do Cineclube Coxiponés na Plataforma Cultura e Vivência da PROCEV/UFMT. Todos os episódios estão disponíveis no canal do YouTube do Cineclube Coxiponés.
A série Cine Comentário Sonoro é uma parceria entre realizadores (as), o Cineclube Coxiponés da UFMT e a Rede Cineclubista de Mato Grosso (REC-MT).
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