Durante depoimento no acordo de não persecução cível junto ao Núcleo de Ações de Competência Originária (Naco), o ex-secretário da Secretaria Municipal de Saúde de Cuiabá (SMS), o médico intensivista Huark Douglas Correia, diz que esquema de contratações temporárias pode existir em outras secretarias municipais, como na educação.
“Com certeza ocorre. Aonde também tinha um quantitativo de contratados grande é na educação, mas o movimento político é da prefeitura, não das secretarias, esse é o entendimento nosso lá, não era algo específico da Secretaria de Saúde, mas da prefeitura”.
Ele ainda comentou que se fossem demitidos de 20% a 30% dos 5.400 servidores da Saúde em 2018, ninguém sentiria falta ou iria saber que eles existiam na estrutura da secretaria de tão inchada que estava de servidores.
“Quantas vezes já brincamos sobre isso lá que se todos os funcionários que estavam no sistema lotados na sede (Secretaria Municipal de Saúde) viessem ao mesmo tempo ao trabalho não iria caber, não tinha lugar para eles ficar, o número estava acima da necessidade”.
Huark Duarte disse que durante o período de sua gestão, de março a dezembro de 2018, a Secretaria de Saúde de Cuiabá teria contratado mais de 250 servidores temporários, cuja contratação, em sua maioria, teria sido realizada para atender interesses políticos do prefeito de Cuiabá.
O prefeito disse a ele que as referidas contratações seriam um “canhão politico”, que eram levadas a cabo por indicação política, principalmente de vereadores, e visavam retribuir ou comprar apoio político.
O médico apresentou requerimento com objetivo de celebrar o referido acordo de não persecução cível, após tomar conhecimento da Notícia de Fato de SIMP n. 000943-023/2018, em trâmite na referida Promotoria, que apurava a existência de possíveis irregularidades na contratação de servidores temporários para o Pronto Socorro Municipal de Cuiabá, no período março a dezembro de 2018, época em que ele ocupava o cargo de gestor da Secretaria de Saúde de Cuiabá.