O júri da madrasta Jaira Gonçalves de Arruda, de 43 anos, acusada de matar envenenada a enteada Mirella Poliana Chuê de Oliveira, de 11 anos, foi retomado nesta sexta-feira (10), em Cuiabá.
A criança morreu em 13 de julho de 2019. As investigações da polícia apontaram que Jaira cometeu o crime para conseguir a herança da vítima, de R$ 800 mil.
A promotora de justiça Marcelle Rodrigues da Costa e Faria, afirmou que a madrasta acreditava que estava cometendo um crime sem rastros, quase perfeito.
Leia também:
“Crime perfeito não existe, mas quase existiu. Ela [Jaira] foi ministrando veneno paulatinamente para dar a impressão de morte natural. Mirella foi torturada entre os dias 17 de abril a 13 de julho pela sua madrasta que deveria cuidar e zelar da sua criança”, declarou a promotora.
As equipes médicas que atenderam a criança, que foi internada em, pelo menos, três hospitais diferentes, não conseguiram identificar o envenenamento. A criança tinha um quadro de vômito, dores abdominais, febre alta, desorientação, convulsões e frequência cardíaca alta.
Ela foi diagnosticada com meningite, pneumonia e faringite. Era intubada, medicada e, como melhorava, era liberada dos hospitais. Segundo a promotora, o veneno ingerido causava tosse e secreção, gerando uma confusão entre os médicos para saber o que a garota tinha.
“Ela [madrasta] deu um ácido usado como remédio anticonvulsivo e deu carbofurano, que nada mais é que veneno de rato, chumbinho. Ele não tem cheiro e nem sabor. Por isso que o rato morre. Ele é incapaz de verificar o cheiro ou sabor”, disse a promotora.
