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05/01/2022 às 12:50

Deputados tentam aprovar projeto que permite mineração em áreas de reserva legal

Observatório social de MT diz que proposta fere legislação ambiental e é inconstitucional

Leiagora

Deputados tentam aprovar projeto que permite mineração em áreas de reserva legal

Foto: Divulgação

A Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT) analisa um projeto que permite que áreas de reserva legal sejam exploradas por atividades de mineração e até mesmo realocadas fora da propriedade.
 
Em caráter emergencial, e sem debates com a sociedade, a Mesa Diretora colocou em pauta o Projeto de Lei Complementar (PLC) 58/2020.

O texto, de autoria do deputado estadual Carlos Avallone (PSDB), poderá ser votado ainda nesta quarta-feira (5).
 
Para movimentos sociais, a possível aprovação é uma nova ofensiva contra a legislação ambiental.
 
De acordo com o Observatório Socioambiental de Mato Grosso (Observa-MT), formado por organizações da sociedade civil, a proposta fere a legislação ambiental federal, além de ser inconstitucional.
 
“O projeto é um exemplo escancarado de retrocessos ambientais", apontou o grupo, em nota divulgada em outubro, quando houve uma primeira tentativa de votação às vésperas da Conferência do Clima da ONU (COP-26).
 
De acordo com o documento, o PLC altera a finalidade da Reserva Legal - área localizada dentro de uma propriedade rural com a função de assegurar o uso econômico de modo sustentável dos recursos naturais.
 
A proposta prevê, por exemplo, a possibilidade de supressão da Reserva Legal em casos de interesse social, utilidade pública, exploração mineral ou pesquisa científica - conceitos que, de acordo com o parecer, são "demasiadamente abertos, permitindo que diversas situações se enquadrassem em tais previsões, o que contraria expressamente o que está previsto no Código Florestal".
 
Ministério Público
 
À época da primeira tentativa de votação, as ilegalidades do projeto também foram alvo de manifestação do Ministério Público Estadual.
 
Em nota assinada pelo Procurador-geral de Justiça José Antonio Borges Pereira, e pelo Procurador de Justiça de Defesa Ambiental e da Ordem Urbanística, Luiz Alberto Esteves Scaloppe, o MP afirmou que a proposta “fomenta a prática de ilícitos ambientais e resulta em novos estímulos aos desmatamentos no Estado de Mato Grosso”.
 
O projeto já foi aprovado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e só não
foi votado na terça-feira (4) em razão de um pedido de vistas formulado pelo deputado estadual Lúdio Cabral (PT).
 
Como foi colocado em regime de urgência, no entanto, o prazo para análise é
reduzido de cinco dias para 24 horas. Além de um substitutivo, a pedido da sociedade o parlamentar defende a realização de uma audiência pública para ampliar o debate a respeito da proposta. 

 
(Com Assessoria)
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