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Notícias / Política

03/03/2022 às 19:05

Ex-presidente da Aprosoja descumpriu normas em 72% dos contratos da entidade

CPI da Sonegação Fiscal apura malversação de recursos públicos operados pela Aprosoja na gestão passada

Débora Siqueira

Ex-presidente da Aprosoja descumpriu normas em 72% dos contratos da entidade

Foto: JL Siqueira/ALMT

O presidente da CPI da Sonegação de Impostos, Wilson Santos (PSDB) não se deu por satisfeito com os depoimentos dos ex-conselheiros da entidade Naildo da Silva Lopes, José Guarino Fernandes e Jesur José Cassol que foram ouvidos nesta quinta-feira (03) acerca das irregularidades encontradas nas contas de 2020 da associação, que resultaram na sua desaprovação. Na época a entidade era presidida por Antonio Galvan.
 
“Nós observamos que os conselheiros tiveram muito cuidado, muito dedo, mas ficou claro de que houve sim  malversação de recursos dentro da diretoria da Aprosoja. Nos sugeriram que nós solicitemos a auditoria externa que já foi feita. O ex-presidente Antonio Galvan não agiu com correção em 72% dos processos movidos no ano de 2020”.
 
Wilson Santos disse que a CPI vai buscar a documentação necessária. Ele argumenta que segundo o Supremo Tribunal Federal (STF), o dinheiro é oriundo de recursos públicos.
 
“Nós vamos buscar as atas das reuniões e principalmente a auditoria externa que foi contratada pela própria Aprosoja, e que indicou que houve 123 irregularidades”.
 
Os atuais conselheiros da Aprosoja devem ser chamados para depor na CPI, que tem prazo de conclusão em 20 de maio. Uma das dúvidas é se os recursos oriundos de irregularidades foram usados para financiar os atos de 7 de setembro em favor do presidente da República, Jair Bolsonaro.
 
Contas desaprovadas
 
Durante a oitiva, os ex-conselheiros explicaram que as ressalvas nas contas de 2020 da Aprosoja foram identificadas por meio de auditoria externa contratada pela entidade e que foi com base nestas informações que o conselho decidiu reprová-las. 
 
“Todos aqueles contratos tinham normas internas que não foram cumpridas para o pagamento, tipo [ausência de] certidão de INSS, certidão de FGTS por parte de prestadores de serviço, às vezes o contrato social nem estava protocolado junto à entidade para pagamento, então colocamos em discussão entre os seis conselheiros e resolvemos reprovar as contas. Nossa intenção era que as normas internas fossem seguidas. Isso foi colocado em discussão e aprovado em assembleia. O conselho fiscal está com a consciência tranquila de que foram feitos os apontamentos”, frisou José Guarino.
 
Outra irregularidade citada pelos depoentes foi a apresentação de cartões de abastecimento utilizados pelo então presidente sem a identificação do veículo abastecido. Naildo Lopes também relatou que os conselheiros enfrentaram dificuldades durante a fiscalização. Em certa ocasião, segundo ele, foram impedidos de ter acesso a documentos e tiveram que acionar a Justiça para conseguir o direito de investigar a entidade.
 
Questionados por Wilson Santos sobre a decisão do STF de determinar o bloqueio contas bancárias da Aprosoja-MT para evitar apoio financeiro a atos antidemocráticos, em setembro de 2021, os conselheiros afirmaram não possuir informações sobre o assunto, uma vez que seus mandatos haviam encerrados.
 
Procurada pela reportagem,  a assessoria de imprensa da Aprosoja disse que a atual diretoria não vai comentar o assunto.
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