Cuiabá, quinta-feira, 16/05/2024
03:36:28
informe o texto

Notícias / Polícia

17/03/2022 às 14:30

Coordenador da Funai preso pela PF ‘profissionalizou’ locação de terra indígena

Militar aposentado da Marinha, coordenador ajudou cacique a lucrar com exploração da Terra Marãiwatsédé

Denise Soares

Coordenador da Funai preso pela PF ‘profissionalizou’ locação de terra indígena

Militar aposentado da Marinha, coordenador ajudou cacique a lucrar com exploração da Terra Marãiwatsédé

Foto: Facebook

O coordenador regional da Fundação Nacional do Índio (Funai), Jussielson Gonçalves Silva, preso na operação Res Capta, realizada nesta quinta-feira (17) pela Polícia Federal, ‘profissionalizou’ a locação da Terra Indígena Marãiwatsédé para pecuaristas.
 
É o que afirmou o delegado da PF, Mário Sérgio Ribeiro de Oliveira. O coordenador e o cacique Damião Paridzané, líder da comunidade xavante, foram os principais alvos dos agentes federais.
 
Jussielson é suboficial aposentado da Marinha e recebia R$ 16,4 mil por mês do serviço militar e do cargo na Funai.
 

Em nota enviada ao Leiagora, a Funai declarou que 'não coaduna com nenhum tipo de conduta ilícita e está à disposição das autoridades policiais para colaborar com as investigações'.
 
"A fundação informa, ainda, que o arrendamento de Terras indígenas é vedado e que o coordenador será afastado da função", finalizou.
 
A PF descobriu um esquema de corrupção que envolvia fazendeiros, o cacique e servidores da Funai. Eles realizavam arrendamentos ilegais na Terra Indígena para desenvolvimento de atividade pecuária. O crime ocorria há quatro anos e só foi descoberto no ano passado.
 
“O coordenador da Funai estava fazendo a ‘máquina funcionar’ para ocorrer os arrendamentos e ainda recebia dinheiro para selecionar quem poderia arrendar. Essa exploração ocorre desde 2017, só que a profissionalização começou com a chegada do coordenador, em 2020”, explicou o delegado.

Leia também - Vídeo | Operação da PF prende coordenador da Funai e investiga cacique por esquema de corrupção
 
Em 2017 o cacique lucrava R$ 270 mil. Com a organização de Jussielson, o cacique viu sua renda subir para R$ 900 mil por mês.
 
A PF tem escutas telefônicas que mostram que o grupo se preparava para que o cacique tivesse lucro de até R$ 1,5 milhão por mês.
 
A investigação identificou 15 áreas arrendadas. No esquema, o grupo cobrava R$ 30 por cabeça de gado, além de cobrar dinheiro pelo tamanho da área explorada. O coordenador recebia 10% de cada área.

Com cerca de 165 mil hectares, a terra indígena Marãiwatsédé está localizada no município de Alto Boa Vista, São Félix do Araguaia e Bom Jesus do Araguaia, na região Noroeste de Mato Grosso.
Clique aqui, entre na comunidade de WhatsApp do Leiagora e receba notícias em tempo real.

Siga-nos no Twitter e acompanhe as notícias em primeira mão.


 

1 comentário

AVISO: Os comentários são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião do site. É vetada a inserção de comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros. O site poderá retirar, sem prévia notificação, comentários postados que não respeitem os critérios impostos neste aviso ou que estejam fora do tema da matéria comentada.

  • JOSÉ ZITO DA SILVA 17/03/2022 às 00:00

    Obrigada pó aceitar neste maravilhoso grupo

 
Sitevip Internet