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Notícias / Polícia

17/03/2022 às 15:45

Fazendeiros terão que retirar 70 mil cabeças de gado de Terra Indígena em 45 dias

Caso não retirem os animais, pecuaristas poderão ser presos

Denise Soares

Fazendeiros terão que retirar 70 mil cabeças de gado de Terra Indígena em 45 dias

Foto: Polícia Federal de Mato Grosso

Os fazendeiros que estão explorando ilegalmente a Terra Indígena Marãiwatsédé, alvo da operação Res Capta, têm 45 dias para retirar o gado do local. A Polícia Federal descobriu um esquema de arrendamento ilegal que envolvia a liderança xavante e o coordenador da Fundação Nacional do Índio (Funai).
 
Eles realizavam arrendamentos ilegais na Terra Indígena para desenvolvimento de atividade pecuária.
 
A Justiça Federal de Barra do Garças determinou que os fazendeiros devem desocupar a área e retirar de lá todo o gado, estimado em aproximadamente 70 mil, no prazo de 45 dias.

Leia também - Cacique lucrava até R$ 900 mil por mês em arrendamento de Terra Indígena, diz PF
 
O gado está avaliado em R$ 210 milhões. Caso os fazendeiros não cumpram a determinação judicial, a Justiça poderá decretar a prisão deles, além de apreender os animais que estão na Terra Indígena.
 
“São pessoas que não moram na região e têm um elevado poder aquisitivo. Eles podem responder criminalmente e serão indiciados. As pessoas desmataram, construíram cercas e curral. A devastação ambiental é gigantesca”, afirmou o delegado da PF, Mário Sérgio Ribeiro de Oliveira.
 
Com cerca de 165 mil hectares, a terra indígena Marãiwatsédé está localizada no município de Alto Boa Vista, São Félix do Araguaia e Bom Jesus do Araguaia, na região Noroeste de Mato Grosso.


 
Cacique e coordenador
 
O cacique Damião Paridzané, líder da comunidade xavante lucrava até R$ 900 mil por mês com o arrendamento ilegal da Terra Indígena Marãiwatsédé.

Todo o esquema tinha aval do coordenador da Fundação Nacional do Índio (Funai) da região, Jussielson Gonçalves Silva, que foi preso na operação.
 
O esquema foi descoberto no final de 2021 com uma denúncia anônima de que servidores da Funai estariam cobrando propina de grandes fazendeiros para permitir arrendamento na terra indígena.

O dinheiro dos pecuaristas ia para as mãos do cacique, do coordenador e outros servidores.
 
Em nota enviada ao Leiagora, a Funai declarou que 'não coaduna com nenhum tipo de conduta ilícita e está à disposição das autoridades policiais para colaborar com as investigações'.
 
"A fundação informa, ainda, que o arrendamento de Terras indígenas é vedado e que o coordenador será afastado da função", finalizou.
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1 comentário

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  • Naves Jose Bispo 17/03/2022 às 00:00

    MENTIRAS, essa história foi denunciada em 11/09/2018 oficialmente à PF, documentos com nomes, endereços e fotografias.

 
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