Carlos Henrique Paschiotto Scheifer, de 28 anos, foi morto por colega de fardo
Foto: Divulgação
A conduta dos três policiais militares acusados da morte do tenente do Batalhão de Operações Especiais (Bope) Carlos Henrique Paschiotto Scheifer, de 28 anos, em maio de 2017, em Matupá, foi duramente criticada pela promotora de Justiça Daniele Crema da Rocha de Sousa.
As investigações apontaram que o cabo Jacinto atirou para evitar que tenente o denunciasse após morte de um assaltante.
Scheifer e Jacinto discutiram por sobre como o criminoso foi morto, já que o tenente não aceitou a forma como tudo aconteceu. Scheifer foi chamado de ‘legalista’ e reprovou a forma que Jacinto conduziu a operação onde o assaltante foi morto.
“Todos os acusados mentem sobre o que aconteceu. A história contada não tem credibilidade. Eles foram capazes de dizer que ouviram um mato quebrando a 10 metros, mas não sabiam de onde havia partido um tiro fuzil”, pontuou a promotora.
A perícia apontou que Scheifer foi morto com um tiro de fuzil no peito. Também foi comprovado que Scheifer estava com a arma dele em posição de descanso, sem oferecer risco a ninguém.
“Caso não tivéssemos o confronto balístico, até hoje não saberíamos a verdade. O projetil que ficou alojado no corpo do tenente saiu do fuzil 762 de Jacinto”, lembrou a promotora.
A partir daí, Jacinto mudou a versão na investigação e contou que não revelou o que aconteceu por medo da reação da família do tenente.
A promotora frisou que a morte de Scheifer mobilizou diversas forças de segurança por dias, reuniu mais de 100 policiais, forças-tarefa e, inclusive, outros militares fora do estado se ofereceram para ajudar a procurar o suposto assassino do tenente.
“A verdade nunca saiu da boca do cabo Jacinto. O lema do Bope é ‘Coragem, Disciplina e Lealdade. Isso contraria a farda e história do Bope. Passou longe a lealdade do cabo Jacinto”, criticou a promotora.
Por fim, o MPMT pediu a condenação de Jacinto pelo crime de homicídio qualificado.
Inquérito
Em nota, a Polícia Militar informou que não coaduna com os possíveis desvios de conduta de seus integrantes.
Disse que a Corregedoria Geral da Polícia Militar está produzindo o relatório conclusivo de procedimento administrativo demissório, no qual analisa disciplinarmente e no âmbito administrativo a conduta dos investigados que também figuram como réus na ação penal que tramita na 11ª Vara Especializada da Justiça Militar, tendo julgamento marcado para essa data.
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