O deputado federal José Medeiros não foi bem recepcionado no Partido Liberal (PL), tanto que sua filiação sequer chegou a ser homologada pela legenda, mesmo depois de 15 dias. A informação é do próprio parlamentar, que já está em tratativas com outras agremiações como Partido Social Cristão (PSC).
O congressista afirma que foi preterido dentro da agremiação do presidente Jair Bolsonaro (PL). Duas semanas depois de participar do ato de filiação em Brasília, o parlamentar que é vice-líder do chefe da República e aliado de primeira hora do governo Federal, recebeu uma ligação de uma liderança do PL dizendo que seu grupo não seria aceito.
Medeiros tinha a intenção de levar aliados para a legenda com foco na reeleição do chefe da República em Mato Grosso. Membros do diretório regional, contudo, barraram o ingresso dos políticos indicados pelo congressista. Um deles foi o deputado estadual Elizeu Nascimento, que é vice-presidente do partido.
Dentre as filiações propostas Medeiros estavam a dos deputados estaduais Faissal Calil (PV), Ulysses Moraes (União), Xuxu Dal’Molin (PSC) e Sebastião Rezende (PSC). “Não foi homologada a minha filiação porque não aceitaram o meu grupo, pois o partido já estava com a chapa fechada para estadual. Até me ligaram ontem querendo conversar, mas era mais do mesmo”, explicou Medeiros.
O deputado contou também o partido rejeitou lideranças ligadas a Bolsonaro que, se quer pretendiam disputar a eleição deste ano, e ele chegou a questionar se o partido do presidente não deveria estar aberto, mas a resposta foi um sonoro: "não".
Como exemplo, ele cita os apoiadores do presidente do município de Nova Xavantina, queriam se filiar e assumir o diretório da legenda na cidade. O pleito, contudo, não foi aceito pelo PL.
“São questões, por exemplo, o diretório ligado ao presidente queria vir, mas disseram que não seria possível, que isso seria debatido depois do dia 02, mas depois disso meu poder de barganha é zero”, argumenta, destacando ainda que entendeu que não teria espaço na legenda e optou por "tocar minha vida".
Diante disso, ele afirma que preferiu recuar, pois apesar de o diretório regional da agremiação ser comandado pelo senador Wellington Fagundes, ele entende que deputados estaduais são os que tomarão conta da organização do partido no que tange às eleições proporcionais. Além de Elizeu, o PL recebeu também Gilberto Cattani e o delegado Claudinei. Todos irão enfrentar as urnas em outubro em busca da reeleição.
Medeiros agora busca espaço no PSC, e pode recuar da reeleição e encarar a disputa ao Senado Federal. Ele afirma que, a priori irá tentar viabilizar o seu projeto de reeleição na legenda, mas caso não consiga formar uma chapa competitiva, poderá reviver o seu sonho de concorrer à senatória.
O parlamentar chegou a anunciar por diversas vezes que disputaria uma vaga no Senado. Ainda no ano passado era um dos favoritos com o apoio direto do presidente, que chegou a gravar vídeo se comprometendo com a candidatura de Medeiros. Porém, como na política é uma roda, Bolsonaro acabou se filiando no partido de Fagundes, que já é candidato à reeleição, e ao que tudo indica não quis se indispor com uma improtante liderança da legenda.
Com isso, o deputado optou então por ir à reeleição pelo PL, apesar de todos as ponderações, inclusive, de uma aliança com o governador Mauro Mendes (União), de quem é um crítico ferrenho. Agora ele retoma o sonho da disputa majoritária, mas ainda não fala se terá um candidato ao governo no palanque.
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