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14/05/2022 às 14:01

Denúncias apontam precariedade da UPA Verdão com faltas de médicos e medicamentos

O coordenador da atenção secundária de Cuiabá admitiu alguns dos problemas, mas rebate e diz que tentam distorcer os fatos

Paulo Henrique Fanaia

Denúncias apontam precariedade da UPA Verdão com faltas de médicos e medicamentos

Foto: Paulo Henrique Fanaia / Leiagora

Boxes de emergência lotados com pacientes que deveriam estar em Unidade de Terapia Intensiva (UTI), falta de medicamentos, falta de médicos e de leitos de enfermaria e longas filas de espera de pacientes na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Verdão, em Cuiabá. Esses são alguns pontos elencados em uma denúncia anônima recebida nesta semana pelo vereador Tenente Coronel Marcos Paccola (Republicanos).
 
Segundo a denúncia feita ao parlamentar, a UPA do Verdão sofre com a falta de médicos plantonistas, tanto adultos quanto pediátricos, redução na escala dos profissionais, falta de pagamento dos plantões, o que resulta em longas filas, fazendo com que os pacientes aguardem quase 6h para receberem atendimento.
 
O Leiagora teve acesso às denúncias e conversou na manhã desta terça-feira (10) com o coordenador da atenção secundária da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), Wille Márcio Calazans, para que ele pudesse justificar os apontamentos.
 
A coordenadoria reconhece que há uma falta de médicos, tanto é que foi realizado um seletivo em janeiro deste ano para a contratação de 414 profissionais de medicina, porém, apenas 55 foram aprovados. De acordo com o coordenador, os aprovados no seletivo não se atentaram aos requisitos contidos no edital, o que acabou fazendo com que muitos zerassem a prova, obrigando a SMS a recorrer a uma empresa terceirizada e realizar a contratação temporária dos profissionais.
 
“No processo seletivo teve um número muito pequeno de profissionais que atuam e quiseram atuar no setor de pediatria. E a gente tem essa necessidade porque tem um número grande de crianças. Aí nós buscamos o apoio da empresa para poder fazer o suplemento em relação ao espaço dessas vagas. Nós tivemos médicos aqui que colocaram para nós, claramente, quando vieram tomar posse no seletivo, que foram colocados para pediatria, que nesse não trabalhariam”, diz o coordenador.
 
Quanto às denúncias de pacientes que deveriam estar em UTIs, mas estão internados nos boxes de emergência, Wille responde que, quem faz essa avaliação é o médico responsável, e que o profissional que decide se aquele paciente tem ou não a necessidade de ir para uma UTI.
 
“Algumas pessoas estão tentando distorcer os fatos. As UPAs são regidas pela portaria 10 do Ministério da Saúde. E nessa portaria define a quantidade específica para se trabalhar inicialmente dentro de uma policlínica. Aqui temos três clínicos no período diurno, dois pediatras, um no box e o visitador para o dia e no período noturno também”, afirma o coordenador.
 
Ele também afirma que a UPA do Verdão tem prioridade no atendimento dos casos de urgência e emergência e reconhece que as vezes há uma demora no atendimento. De acordo com Calazans, há uma classificação dos pacientes de atendimento básico que recebem uma ficha verde ou azul, e os urgentes, que recebem uma ficha amarela ou veermelha.

Portanto, pacientes que estão em um quadro mais leve e que podem esperar, são atendidos na medida que os pacientes mais urgentes forem sendo liberados. Porém, ele afirma que de janeiro a abril, a UPA Verdão atendeu mais de 27 mil pacientes.
 
Sobre os pagamentos dos plantões, ele destaca que todos os pagamentos são realizados seguindo um processo e que isso deve ser respeitado, e que os pagamentos são realizados em um intervalo de 40 dias.
 
Por fim, o coordenador admite que há uma falta de medicamentos e insumos na unidade, porém ele justifica que essa falta é pontual. Segundo ele, o problema se dá pela falta de insumos devido à crise mundial e, quanto aos leitos, ele diz que a UPA não atende em sistema de hotelaria hospitalar, ela somente atende e encaminha o paciente para uma outra unidade municipal, e que os leitos estão em concordância com o que determina o Ministério da Saúde.
 
“Atualmente vivemos um momento que não é particular de Cuiabá, mas do mundo todo. Tivemos um problema de fechamento de portos, crise mundial, muito dos insumos estamos sem. As faltas são pontuais. O caos ainda não nos atingiu. Hoje quando você procura um comprimido de dipirona você não encontra em nenhum lugar. Alguns dias atrás estávamos com dificuldade de soro fisiológico. Tínhamos o líquido, mas quem faz a embalagem não tinha o plástico que vinha de fora do país,” diz Wille Calazans.
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