Os deputados estaduais delegado Claudinei (PL) e João Batista (PP), representantes da segurança pública na Assembleia Legislativa, criticam os governos estadual e federal por não tomarem medidas efetivas para controlar a violência no município de Cáceres.
A cidade, 214 km distante de Cuiabá, está localizada na fronteira sudoeste do Estado e faz divisa com a Bolívia, sendo uma das principais rotas de tráfico utilizada por facções criminosas para trazer drogas para o Brasil. Por isso, Cáceres tem se tornado palco de intensos conflitos armados e vários assassinatos.
Para o delegado Claudinei, a Secretaria de Segurança Pública de Mato Grosso (Sesp-MT) tem sido omissa na atuação de combate aos criminosos que se fixaram na cidade e tem causado terror nos moradores.
“A população está amedrontada, desesperada. Os comerciantes principalmente… supermercados, restaurantes, lanchonetes, pizzarias estão perdendo clientes devido a essa violência lá em Cáceres. A população não tem mais tranquilidade de sair com a família, amigos, porque pode ser atingida por bala perdida dessa guerra de facções. Só em 2022 tivemos quase 30 homicídios consumados em Cáceres”, criticou Claudinei.
O deputado apresentou em sessão na quarta-feira (15) fez um requerimento de providências, dirigido ao secretário de segurança pública, Alexandre Bustamante, e citou as diversas categorias das Polícias Civil e Militar, que seriam especializadas em combate ao crime organizado, e pede que o Estado realize uma força-tarefa na região.
“É um absurdo. A gente cobra essas providências do Governo do Estado porque a gente vê que esta inércia, uma omissão do Governo do Estado, da Secretaria de Segurança Pública. tem que se envolver, tem que resolver o problema. Não adianta ficar fazendo reuniãozinha, homenageando um, homenageando outro, fazendo reuniãozinha fechada. O Estado não pode perder pra bandidagem”, disparou o parlamentar.
Em desacordo com o deputado Claudinei, que afirma empenho do governo Federal em melhorar a estrutura oferecida aos policiais da fronteira, João Batista acredita que a gestão atual da República poderia estar fazendo mais pela segurança das divisas mato-grossenses.
“Acho que poderia ser feito mais. O Governo Federal, na época da campanha, falava muito sobre as áreas de fronteira. Eu imaginei que aqui fosse ser instalado uma base das Forças Armadas aqui na região de Pontes e Lacerda, Cáceres…. fortalecer o fechamento da fronteira. O que, infelizmente, não aconteceu”, concluiu João Batista.
Em janeiro deste ano, o coronel da Polícia Militar, Jonildo de Assis, na época Comandante Geral da PM, declarou que a inteligência estaria planejando uma intervenção na região juntamente com a Sesp, porém até o momento nenhuma atuação pelo município foi registrada.
