Crítico à aproximação do deputado federal Neri Geller (PP) e do senador Carlos Fávaro (PSD) com a Federação Brasil da Esperança (PT, PV e PCdoB), o deputado federal José Medeiros (PL) avalia que a dupla agora carrega o "carimbo do MST na testa”. Para o parlamentar, no momento em que eles resolveram se aliar à Federação Brasil, herdaram toda a história de corrupção e desgaste político do ex-presidente Lula (PT).
“Quando você se alia a um partido que, quando não está mentindo, está roubando, e quando não está roubando, está mentindo, automaticamente você passa a carregar o ônus de toda a capivara do partido. Neri e Fávaro agora carregam o carimbo do MST na testa. Carregam o carimbo de tudo que aconteceu na Petrobras, carimbo da quebradeira, da invasão de rodovias de tudo. Isso agora é o que significa Neri e Fávaro. Ao meu ver, era até melhor que eles se filiassem ao PT”, declarou Medeiros em entrevista concedida ao Leiagora.
Sem papas na língua, Medeiros taxa o espólio do PT como radioativo e diz que todos os políticos que já se uniram a Lula e em 2016 foram contra o impeachment da presidente Dilma se queimaram e não conseguiram mais se reerguer politicamente.
“O Roberto Requião [ex-governador do Paraná] assim que terminou o mandato dele, ele bateu lata no impeachment, eu disse: 'olha, de PT eu entendo. PT significa perca total, não serve pra nada. Você vai bater lata pra eles e não te dão retorno'. Ele me ignorou. Eles não votaram nele no Paraná. Ciro Gomes bateu lata pro PT e não votaram nele, ele é um revoltado do PT hoje e o Requião fez o que? Mudou para o PT”, cita.
Após serem preteridos pelo governador Mauro Mendes (União), que se aliou ao presidente Jair Bolsonaro e ao senador Wellington Fagundes, ambos do Partido Liberal, Neri Geller e Carlos Fávaro buscaram apoio da federação dos partidos de esquerda, o que mudou o caminho das discussões políticas em Mato Grosso.
Entre críticas e elogios, Neri e Fávaro foram acusados de trair o presidente Bolsonaro, sendo, inclusive, alvos de diversas manifestações de sindicatos ligados ao agronegócio que associava não só a imagem da dupla, mas também grupos de barões do agro tais como Blairo e Eraí Maggi, aos governos petistas.
Agora o pré-candidato ao Senado, Neri, e o possível candidato ao Governo, Fávaro, buscam unir um grupo dissidente de apoiadores de Mauro Mendes para formar uma ala de apoio à Lula em Mato Grosso.
Utilizando-se de uma metáfora, Medeiros diz que Neri estava em alta velocidade e escolheu a saída errada na encruzilhada e, agora, está em direção ao abismo e com o pé no acelerador.
Mas afinal, porque a dupla mudou de lado?
Medeiros acredita que Neri e Fávaro não escolheram a Federação Brasil da Esperança sozinhos, mas que foram conduzidos para a fogueira para se queimarem. Segundo o deputado, a ideia da dupla é, caso Lula ganhe, ter o trunfo de ter apoiado o petista; e caso Bolsonaro seja reeleito, a dupla terá o apoio de Cidinho Santos (União) em Brasília.
“Neri e Fávaro vão bater lata pro PT, não vão ter o voto do PT e vão ter todo o desgaste do PT. Eu penso, o seguinte, quem mandou eles pra lá mandou pra se queimar, é lenha pra queimar. Mandou assim, se Lula ganhar, a gente tem esse marco lá, se Bolsonaro ganhar temos o Cidinho aqui. Eles se lascaram!” encerra José Medeiros.
