A Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT) adiou a votação do Projeto de Lei Nº 16/2022, de autoria do deputado estadual Gilberto Cattani (PL), que regulamenta a caça esportiva no estado. Marcada para essa quarta (10), a apreciação da proposta foi adiada após requerimento feito pelo deputado Lúdio Cabral (PT). O projeto já havia recebido parecer favorável da Comissão de Agropecuária, Desenvolvimento Florestal e Agrário e de Regularização Fundiária.
Segundo o deputado estadual Wilson Santos (PSD), da Comissão de Núcleo Ambiental e Desenvolvimento Econômico, a proposta é negativa e aponta para uma direção contrária a dos tempos atuais, que prima pela preservação e sustentabilidade.
“É negativa, não esperávamos viver isso, e o que pudermos resistir, seja no âmbito Legislativo, Judiciário. Se perdermos aqui na 1ª instância, recorremos a 2ª e assim por diante. Não dá para aceitar esse comportamento, o Parlamento não pode ser cúmplice de tudo isso”.
O deputado disse que se não houver interferência, os que lideram as articulações pela aprovação do projeto irão ‘patrolar’. “Eles vão passar o correntão, vão passar a boiada, como dizia o ex-ministro do Meio Ambiente”.
Outra observação feita por Wilson é que Mato Grosso virou a ‘bola da vez’ para o capital. “A grandiosa produção agrícola chama a atenção do mundo, e muitos projetos têm sido executados aqui, precisamos estar atentos para ver se são ambientalmente sustentáveis”, disse, citando a instalação de usinas hidroelétricas no Rio Jauru, que teria causado impacto negativo em comunidades ribeirinhas, além de danos à flora e fauna.
A extinção do Parque Estadual Cristalino II, no Norte do estado, que protege 118 mil hectares em área considerada prioritária para conservação na Amazônia, também foi motivo de críticas por parte do parlamentar.