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17/08/2022 às 18:37

Fila do ossinho pauta início da campanha com troca de farpas entre equipes de Mendes e Márcia

O assunto também tem ganhado destaque na disputa nacional e os candidatos à Presidência Jair Bolsonaro (PL) e Lula (PT) já falaram sobre o tema em redes sociais e entrevistas

Rodrigo Maciel Meloni

Fila do ossinho pauta início da campanha com troca de farpas entre equipes de Mendes e Márcia

Foto: Reprodução

Em julho de 2021, Cuiabá tomou o noticiário nacional pelos motivos errados. Filas se formavam próximas a um açougue no bairro CPA 2, em Cuiabá. Famílias inteiras esperavam pela doação de ossos. Nascia a ‘fila do ossinho’, que ganhou repercussão nos principais jornais do país e desde então tem sido motivo de discussão em diversos setores da sociedade, principalmente o político.

O assunto tem pautado a política regional e nacional, e é usada como argumento de ataque por ambos os lados: situação e oposição. O governador do Estado, Mauro Mendes (União), e o prefeito da Capital, Emanuel Pinheiro (MDB), tem creditado o surgimento da fila um à gestão do outro.

Nessa terça-feira (16), o governador rebateu as críticas que recebeu em relação à assistência social e culpou a Prefeitura de Cuiabá pela 'fila dos ossinhos’. “A fila do ossinho é na cidade de Cuiabá. A assistência social em Cuiabá não está funcionando”. Para Mauro, a administração municipal, classificada por ele como ‘um caos’, deve ser responsabilizada pela formação da fila.

A secretária estadual de Assistência Social e Cidadania, Rosamaria Carvalho, também saiu em defesa da gestão estadual e se manifestou sobre o assunto nesta quarta-feira (17). “A culpa dessa fila e dessa situação é da Prefeitura. É o trabalho da prefeitura encontrar as pessoas que precisam da assistência social e isso ela não faz. Não cadastra essas pessoas, não dá visibilidade para elas. Para o município, elas nunca existiram. A grande pergunta que fica de tudo isso é o que a prefeitura fez até agora? Porque essas pessoas não são inseridas em programas sociais? Porque elas continuam até hoje abandonadas pelo município e nessa fila?”.

A secretária fez ainda uma observação contundente sobre a situação. “Atuamos em parceria com 140 prefeituras de Mato Grosso, Cuiabá age com descaso com os pobres e aqueles que estão na linha abaixo da pobreza”.

E quem provocou o governo a esclarecer responsabilidades foi o prefeito de Cuiabá, após dizer durante a live desta terça-feira (16) que a população mato-grossense tem sido tratada pelo atual governador com deboche, enquanto Márcia Pinheiro (PV), candidata ao governo e esposa de Emanuel ‘tem um longo caminho traçado liderando programas sociais que já alimentaram milhares de famílias’.

“Tanta gente na fila dos ossinhos, tanta gente necessitada, mas que o governador teima, e com deboche, tratar como ossinho de qualidade”, falou o prefeito.

E assim, a tônica da campanha caminha para o debate a respeito das pautas sociais. Desde que lançada candidata, Márcia Pinheiro vem batendo nesta tecla, inclusive, apontando a atual gestão estadual como insensível para população carente. “A ação excludente por parte da atual gestão do Governo do Estado, diariamente, ajuda a aumentar a fila dos ossinhos que tanto causa vergonha para Mato Grosso. O descompasso da gestão de Mauro Mendes é maldoso e reflete justamente em quem mais precisa”, declarou a primeira-dama. 

Dados levantados pelo Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos do banco Bradesco, que traçou o perfil socioeconômico de Mato Grosso aponta, inclusive, que 30% da população do estado, estão entre as classes D e E, ou seja, em pobreza ou extrema pobreza, sendo 18% e 12%, respectivamente. Já na classe C corresponde a 61% da população, enquanto 4% estão na classe B e 5% na classe A. 

Candidatos à presidência

Os presidenciáveis Jair Bolsonaro e Lula também tem falado sobre para mobilizar seus seguidores. Na esfera federal ela também se transformou em argumento para atacar o atual governo, a quem os partidos da oposição atrelam a responsabilidade pela existência da fila.

No dia 20 de julho de 2021, assim que começou a ser noticiada, a fila do osso foi parar nas redes sociais do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). “Tenho 75 anos de idade, saí do Nordeste por causa da fome. E agora ver uma mulher à espera de um osso na fila de um açougue pra fazer uma sopa?! Como é possível essa situação num país que já foi a 6a economia do mundo? Ver o povo dormindo na rua. Não é possível.”

O presidente Jair Messias Bolsonaro (PL), disse quase um mês depois que o aumento de pedintes por costela de ossinho em Cuiabá era reflexo da decisão de gestores públicos que decretaram o fechamento total do comércio no início pandemia. “Isso tirou dos trabalhadores autônomos a fonte renda, com a proibição de circulação de pessoas, adotada como medida de controle ao contágio pelo novo coronavírus; o pessoal está tomando uma sopa rala, com ossinho… é triste”.

A entrevista dada à época Bolsonaro informou que no tocante ao emprego formal, o governo terminou 2020 com mais empregados que em 2019. “No corrente ano, a média mensal ultrapassa 200 mil. Eu disse lá atrás que nós temos dois problemas: vírus e desemprego, e que devemos tratá-los de maneira simultânea, e fui achincalhado pela mídia nacional”.

No ano seguinte, em visita à Cuiabá, se deparou com uma faixa que o lembrava da fila. Durante passeio pelas ruas de Cuiabá, um grupo de pessoas exibiu uma faixa onde se lia “Cuiabá, capital do ossinho”, em referência a fila pela doação de ossos bovinos.

Nenhum dos dois principais candidatos - Bolsonaro e Lula aparecem com os maiores percentuais de intenção de voto -, tocou no assunto desde que a campanha começou, ao contrário do que fizeram o governador de MT e o prefeito de Cuiabá. 
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