O relator do processo disciplinar que culminou na cassação do tenente-coronel Marcos Paccola (Republicanos), vereador Kássio Coelho (Patriota), não tinha competência para estar na relatoria deste caso, uma vez que não possui conhecimento jurídico. A crítica foi feita pelo vereador Demilson Nogueira (PP), que afirmou também que o relatório da Comissão de Ética não foi produzido por Kássio.
“A Câmara não tem competência, nem o relator da Comissão de Ética tem competência, porque ele não conhece nada de Direito. Fizeram um relatório para ele, e nem sei que se ele leu. Simplesmente fraco”, declarou.
Demilson também não poupou críticas à postura da Câmara de Cuiabá, que por maioria dos votos cassou o mandato de Paccola (Republicanos) na quarta-feira (5). Para o progressista, o Parlamento municipal não tem moral para cassar um vereador.
“Eu entendo que a Casa não tem moral para fazer, até porque essa Casa evita a todo tempo que as comissões processantes que aqui chegam sejam abertas. Essa Casa protege escândalos e mais escândalos que acontecem no município de Cuiabá”, disse o parlamentar fazendo referência aos requerimentos que foram protocolados no Legislativo Cuiabano em desfavor do prefeito Emanuel Pinheiro (MDB).
Demilson votou contra a cassação de Paccola. “Eu votei não porque eu entendo que o vereador Paccola, naquele momento, não estava em uma atividade parlamentar, e ele ia resolver esse caso com o Judiciário. Eu não estou dizendo que ele é inocente, até porque ele assume, as imagens dizem por si só, ele praticou o ato. Agora a sua defesa cabe a ele, e ele tem que fazê-la no Judiciário”, justificou.
Paccola foi cassado com 13 votos em decorrência da morte do agente socioeducativo Alexandre Miyagawa, de 41 anos. O parlamentar matou o servidor público com três tiros nas costas em 1º de julho deste ano.