O governador Mauro Mendes (União) tenta não polemizar com os deputados estaduais que não aceitaram muito bem a proposta de confisco de terras para os desmatadores. Por outro lado, alerta que o mundo têm adotado medidas muito mais rígidas para a compra de produtos e que pode acabar gerando um baque na economia mato-grossense.
"O mundo já está fazendo, a União Europeia já está aprovando uma lei que vai proibir comprar qualquer produto de propriedade que tenha qualquer tipo de desmatamento. A lei deles, que vai valer comercialmente para o Brasil, é muito mais severa que a nossa”, pontuou.
Mendes já adianta que o debate sobre o confisco é do Congresso Nacional e não da Assembleia Legislativa. E aponta também que o mundo está tomando providências para combater o desmatamento, enquanto o Brasil não é capaz de fazer o mesmo.
“É uma ideia que foi jogada à mesa, uma ideia para se discutir. O que não dá é continuar convivendo com os problemas como nós fazemos no Brasil”, disse, frisando que a competência para tratar deste assunto é do governo Federal e do Congresso Nacional.
Paralelo a isso, Mendes afirma que já vem tomando algumas providências no Estado. “Tudo que for possível do nosso lado nós vamos fazer. Já estou estudando outras medidas que estão no âmbito da nossa competência, e a primeira que estamos fazendo é melhorar muito, dentro do órgão ambiental do estado de Mato Grosso, a questão das autorizações. Os produtores têm razão, está demorando muito. Então, estamos tomando as providências, exigindo da secretária e já autorizei a contratação de 30 pessoas”, finalizou.
Mendes surgiu com a proposta do confisco durante sua participação da COP-27, realizada mês passado no Egito, porém, deixou parte dos parlamentares mato-grossenses revoltados com a ideia. Um deles é o deputado reeleito Gilberto Cattani (PL) que já marcou uma audiência pública para debater o assunto.
O governador defende o enrijecimento das normas de combate ao desmatamento ilegal em Mato Grosso. Isto porque, segundo ele, a aplicação de multas não está coibindo o crime em Mato Grosso e nos demais estados brasileiros.
