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Notícias / Polícia

07/12/2022 às 12:30

Suplente de vereador integrava quadrilha que subtraía drogas da polícia civil em Cáceres

A ‘Operação Efialtes’ descobriu que um grupo criminoso subtraía a droga de dentro da delegacia e trocava os entorpecentes por isopor, gesso e areia

Paulo Henrique Fanaia

Suplente de vereador integrava quadrilha que subtraía drogas da polícia civil em Cáceres

Foto: PJC / MT

Um policial civil, que também atua como suplente de vereador na Câmara de Cáceres, está entre os cinco policiais envolvidos na organização criminosa investigada pela “Operação Efialtes”, deflagrada pela Corregedoria Geral da Polícia Civil de Mato Grosso na manhã desta quarta-feira (7). A informação foi confirmada pelo delegado corregedor Rodrigo Azem durante coletiva de imprensa concedida na Delegacia de Polícia Civil de Cáceres.
 
Em virtude do sigilo das investigações, os delegados não puderam divulgar os nomes dos policiais civis alvos da operação, porém confirmaram que dos cinco policiais investigados, somente o suplente de vereador está foragido, os outros quatro foram presos.
 
“Como se trata de organização criminosa, o inquérito é sigiloso e somente o juiz do caso pode derrubar o sigilo”, disse o delegado corregedor Guilherme Fachinelli.
 
Investigações

As investigações iniciaram há aproximadamente oito meses, após o órgão corregedor receber a notificação de que durante a incineração de drogas realizada pela Delegacia Especializada da Fronteira (Defron), no dia 19 de abril deste ano, em Cáceres, foi constatada a violação de lacres das embalagens de perícia dos entorpecentes apreendidos. Em alguns envelopes houve a substituição de parte do material apreendido por outro diferente como, por exemplo, areia e gesso.

Na ocasião, foi determinada pela Corregedoria a correição extraordinária na sala da Defron, onde eram armazenadas as drogas apreendidas. Foi identificado um invólucro plástico violado com diversos tabletes que, ao serem manuseados e devido ao peso muito leve, constatou-se ser semelhante a isopor.

A equipe da Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec) foi acionada e fez a análise de todos os lacres e embalagens armazenadas no local, assim como as embalagens violadas que foram constatadas durante a incineração. Com os laudos periciais concluídos, foi confirmada que a droga apreendida, lacrada e armazenada na Defron havia sido substituída pelos tabletes de isopor, gesso e areia.
  
Envolvidos

Nas investigações foram identificados três grupos envolvidos no esquema: o primeiro dos policiais civis e de auxiliares, para a substituição e subtração das drogas apreendidas; segundo dos traficantes compradores e responsáveis pelos transportes e o terceiro o dos responsáveis pela lavagem de dinheiro, seja pelas empresas ou por laranjas.

As investigações apontaram o envolvimento de cinco policiais civis lotados na 1º Delegacia de Polícia de Cáceres e na Defron. Um dos envolvidos foi preso no mês de agosto, em outra operação realizada pela Corregedoria.
 
Após a identificação dos envolvidos, foi apurado o caminho da droga e do dinheiro. Os entorpecentes foram enviados para Uberlândia (MG), na conhecida ‘rota caipira’ e para o Nordeste (Maranhão e Piauí), sendo utilizadas empresas para lavar o dinheiro nos estados de Tocantins (Palmas/Nova Rosalândia) e de Mato Grosso (Mirassol d’Oeste e Cáceres).
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