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Notícias / Agro e Economia

31/12/2022 às 14:46

Agronegócio deve ter maior crescimento em 5 anos e ser único motor do PIB

Parte do resultado positivo estimado para 2023 será apenas efeito da comparação com um 2022 fraco, explicam os economistas

Leiagora

Agronegócio deve ter maior crescimento em 5 anos e ser único motor do PIB

Foto: Marcos Vergueiro / Secom-MT

Após recuar em 2022, o agronegócio deve voltar a crescer e a ser o motor - talvez o único - da economia em 2023. O Instituto Brasileiro de Economia, da Fundação Getulio Vargas (FGV-Ibre), calcula que o PIB do setor avançará 8% no ano que vem, depois de encolher 2% em 2022. Se o número projetado se confirmar, será o maior crescimento do setor desde 2017, quando a alta foi de 14,2%. Já o Santander, que espera queda de 0,3% para este ano, estima expansão de 7,5% para o próximo.

Parte do resultado positivo estimado para 2023 será apenas efeito da comparação com um 2022 fraco, explicam os economistas. Por outro lado, a safra esperada para o próximo ano deve ser recorde, o que justifica uma projeção otimista. Dados de prognóstico de produção agrícola do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que a safra de grãos, cereais e leguminosas deve alcançar 293,6 milhões de toneladas em 2023, o que significará um aumento de 11,8% na comparação com 2022.

Para o Ibre, o setor será o único a crescer de forma expressiva no próximo ano, quando o Produto Interno Bruto (PIB) do País deve ficar praticamente estagnado. "Nossa projeção de PIB está abaixo do mercado. Tem casas que apontam 1%. Nós estamos com 0,2%, isso com o agro, que é 10% do PIB, avançando 8%. Então projetamos uma queda pesada da atividade em geral", diz Marina Garrido, economista do Ibre.

A alavanca da economia, portanto, deverá ser principalmente a soja e o milho. O economista Gabriel Couto, do Santander, lembra que a safra de milho de 2021 foi comprometida pela seca e que, em 2022, o problema foi com a soja. A expectativa agora é ter safras boas de soja e de milho. "Se tivermos a safra de soja cheia, que é o que esperamos, isso impulsionará o PIB agrícola."

Segundo Couto, o Santander não espera que a desaceleração global prevista para 2023 tenha impacto no resultado do agronegócio brasileiro por ora. "Não estamos vendo o produtor tirando o pé do acelerador. Ainda que ele resolva estocar grãos, a produção estará lá. O impacto do desaquecimento da economia global tende a ser no médio prazo."

Presidente do conselho diretor da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), Luiz Carlos Corrêa Carvalho afirma que, como os produtores conseguiram plantar soja e milho na época correta neste ano, a tendência é que a colheita de 2023 seja boa e que o valor bruto da produção cresça ao menos 5%, ficando acima de R$ 1,3 trilhão. Além da soja e do milho, ele destaca que as produções de cana-de-açúcar, frutas e hortaliças também estão indo bem.

O presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja), Antonio Galvan, porém, afirma que as previsões dos economistas são feitas seguindo a lógica de que o clima vai favorecer a produção, o que não ocorreu nos últimos anos.

"Ter uma safra recorde, como se espera, é questão exclusiva de clima. Temos condições técnicas de fazer essa safra anunciada, só que é cedo para dizer que ela será realidade. Nos últimos anos, enfrentamos problemas de clima e tivemos perdas grandes."

De acordo com Couto, do Santander, a previsão que se fazia em 2021 para o setor agrícola em 2022 era de uma alta superior a 5%. Conforme os meses foram passando, o número foi sendo revisto para baixo, até chegar à atual retração de 0,3%. Ele pondera, no entanto, que as secas que prejudicaram o setor nos últimos dois anos podem estar relacionadas ao fenômeno La Niña, que deve perder força a partir do segundo trimestre de 2023.

 
Estadão Conteúdo 
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