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Notícias / Agro e Economia

03/01/2023 às 14:53

Insegurança do mercado em novo governo faz dólar chegar a R$ 5,44

Após falas de Haddad e decisão de Lula de suspender privatizações, mercado teme uso de critérios políticos para decisões econômicas

Folha SP

Insegurança do mercado em novo governo faz dólar chegar a R$ 5,44

Foto: Marcello Casal Jr. / Agência Brasil

Em efeito às falas do novo ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), o dólar engatou forte alta nesta terça-feira (3), chegando a ser negociado acima dos R$ 5,44 em alguns momentos. Esta é uma reação do mercado que está preocupado com a saúde das contas públicas. A expectativa ainda é de que a moeda americana possa chegar a R$ 5,50 até março. 

Além das falas do novo ministro, outro fator que contribuiu para a alta do dólar e a queda do Ibovespa foi a determinação do presidente Lula (PT) em interromper o processo de privatização de oito estatais. Diante da medida, as estatais tiveram um dia de sangria e perderam R$ 32 bilhões em valor de mercado, de acordo com a TradeMap.

Haddad afirmou nesta terça que apresentará ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) um plano de voo com ações de curto, médio e longo prazo para a agenda econômica da nova gestão. "Vou apresentar um conjunto enorme de ações para ele, de decisões que ele vai ter de tomar, uma a uma", disse Haddad

Analistas de mercado relatam, porém, que há desconfiança entre investidores sobre a autonomia do ministro e até que ponto as decisões econômicas serão influenciadas pela setor político do governo. "A incerteza [sobre a política] fiscal vem se concretizando. Hoje tivemos o discurso do ministro da Fazenda reconhecendo que a instância política será responsável por dar a última palavra, o que trouxe uma reação bem ruim para o mercado", comentou Luiz Souza, assessor de renda variável da SVN Investimentos.

Na segunda-feira (2), o mercado financeiro já havia demonstrado descontentamento com o discurso de posse e as primeiras ações do presidente Lula. A leitura feita por analistas é de que há sinais de que o governo será mais intervencionista na economia do que se esperava, com consistente uso de empresas públicas.

As expectativas também pioraram quanto ao controle dos gastos públicos, sentimento que ganhou força após o anúncio da manutenção da desoneração por dois meses para gasolina e etanol, e por um ano para diesel, biodiesel e gás de cozinha.

Durante a posse, Lula chamou o teto de gastos de "estupidez", e disse que ele será revogado. A medida já era prevista pela PEC da Gastança, que elevou o teto e permitiu gastos fora dele, mas estabeleceu que o Executivo deve apresentar uma nova regra para as contas públicas para substituir o atual.

"O discurso de Lula realmente não agradou, mas não trouxe novidades. Acho que o mercado espera que, em algum momento, ele comece a falar como quem governa, em vez de falar como se ainda estivesse em campanha", comentou Tomás Awad, sócio-fundador da 3R Investimentos.
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