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10/02/2023 às 11:37

Paramore volta ao punk pop pessimista e menos alternativo com 'This is why'

Álbum fica no meio do caminho entre art rock com sintetizadores e som pueril e raivoso do começo da banda

Braulio Lorentz - G1

Paramore volta ao punk pop pessimista e menos alternativo com 'This is why'

Foto: Divulgação/Warner

Hayley Williams não aguenta mais. Há pelo menos dez anos, a cantora vem escrevendo letras em que descreve como anda desiludida com o mundo. Cantar sobre tempos difíceis com uma falsa alegria tem se tornado especialidade dela.

Cansada de escrever sobre estar cansada, Hayley foi convencida pelos dois colegas de banda a voltar ao batente. Diagnosticada com depressão, ela segue usando seus versos para mostrar um ponto de vista um tanto pessimista da vida.

Ao lado de Taylor York (guitarrista) e Zac Farro (baterista), a cantora americana de 34 anos lança o sexto álbum da banda, o primeiro desde 2017, com músicas que estarão nos shows da banda no Brasil em março.

"This is why" fica no meio do caminho entre o som colorido com sintetizadores e o pop punk mais pueril e raivoso dos primeiros discos, nos anos 2000.

"The News", o segundo single, é um exemplo de música que deixa a seguinte impressão: o Paramore quer seguir seu rumo mais art rock alternativo, mas sem deixar de acenar para seu passado pop punk. Se o Talking Heads fosse uma banda ex-emo liderada por uma mulher talentosa e atormentada, certamente ele seria o Paramore.

"Running Out of Time" tem mais a ver com o pop oitentista do álbum anterior, o melhor da carreira. Ela tem bateria hipnotizante e levada disco. Faz valer a alcunha de Franz Ferdinand mal-humorado.

A letra é totalmente "ó vida, ó azar", uma constante no cancioneiro do Paramore: "Apertei o botão soneca do meu despertador vinte vezes / Mas eu estava tão cansada / Peguei trânsito, derramei meu café, bati meu carro".

"C'est Comme Ca" passaria desapercebida se fosse lançada pelo Ting Tings nos loucos anos 2000. Difícil sentir saudade dos tempos em que bastava um megafone, uma franjinha e uns berros para indies suspirarem. Mais difícil, porém, parece ser a vida de Hayley, levando em conta a letra dessa música: "Em apenas um ano, eu envelheci cem / Minha vida social é uma consulta no quiropata".

"Big Man, Little Dignity" retoma o rumo do álbum, com refrão torto e métrica difícil. A letra é sobre "homens que não são responsabilizados por suas ações", segundo Hayley. Ela canta a palavra "different" de um jeito que pouca gente conseguiria repetir.

"You first" traz de volta o velho Paramore, com riff de guitarra que parece vir do álbum "Riot!" (2007). O vocal vai na mesma, mais gritado e sem tanta variação. A letra é sobre ficar com raiva de pessoas e só depois pensar no lado delas, no porquê de elas terem feito aquela coisa que te chateou.

"Eu só estava sendo legal, mas você confundiu com fraqueza", canta Hayley em "Figure 8". Se tivesse que pinçar só uma música do disco para sua carreira solo, seria essa. É mais uma com batida meio quebrada, mas o estouro tem algo de "Brand New Eyes". O álbum de 2009 começou a mostrar que o Paramore poderia ir bem além do emo.

Em um disco quase sempre dançante, as duas únicas baladas estão na parte final. "Liar" tem letra e arranjo simples. Mais inventiva, "Thick Skull" expõe o vocal multifacetado de Hayley, indo do suave ao gritado. "Eu sou um ímã para pedaços quebrados / Eu sou atraída por pessoas quebradas."
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