Enquanto o trecho de Posto Gil a Sinop da rodovia federal BR-163 é alvo de reclamação do usuário por falta de duplicação que aumenta o risco de acidentes, quem viaja entre Cuiabá e Rondonópolis sofre com outro tipo de problema e perigo: a falta de sinalização.
Na maior parte do trecho, a rodovia não conta com linha de bordo, aquela faixa que separa a pista de rolamento do acostamento - o qual, na maioria das vezes, não existe, está simplesmente tomado pelo matagal.
A equipe do Leiagora fez o percurso esta semana e identificou que em parte do caminho, até mesmo a faixa central está com problemas: sobreposta a uma tintura antiga, a linha de continuidade confunde a visão do motorista ao invés de ajudar a acompanhar a pista.
A sinalização vertical também é praticamente inexistente, sem placas de controle de velocidade, demarcação de quilômetros ou aviso de curva. E, quando as placas existem, acabam escondidas pelo mato.
Concessão
De Itiquira, no Sul de Mato Grosso, a Sinop, município do Nortão, a BR-163 está sob concessão da Rota do Oeste, empresa cujo controle acionário pertence à Odebrecht TransPort.
Em 2013, a Rota venceu o leilão da concessão deste trecho da rodovia, principal rota de escoamento da produção agrícola e pecuária do estado, com a promessa de investir R$ 5,5 bilhões, duplicar toda pista e mantê-la conservada.
Contudo, após a Odebrecht ser alvo da Operação Lava-Jato, a concessionária não honrou com as cláusulas contratuais da concessão e se tornou alvo constante de reclamações de quem a utiliza devido às más condições e perigos da pista.
Em 2022, a empresa oficiou o governo Federal sobre a intenção de devolver a concessão. Contudo, devido a demora dos trâmites e a necessidade de uma solução emergencial para o problema de duplicação do trecho Posto Gil-Sinop, o governo do Estado está em meio a uma negociação para assumir o controle acionário da Rota do Oeste por meio da MT Participações, empresa estadual de investimentos.
Problemas
Recentemente, no entanto, o governador Mauro Mendes (União) anunciou que as tratativas para MT Par assumir o controle da Rota do Oeste emperrou devido as negociações das dívidas da concessionária junto ao banco Pine.
O chefe do Executivo estadual chegou a falar em desistir da operação se não conseguir avançar nas conversas.
