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Notícias / Agro e Economia

11/03/2023 às 14:28

Produtores de biodiesel acusam setor do combustível de ir na contração da política ambiental e fazer acusações infudadas

As entidades ligadas ao biodiesel emitiram nota de repúdio ao Sindipetróleo-MT e Fecombustíveis e fala em urgência na descarbonização da economia

Alline Marques

Após o Sindipetróleo de Mato Grosso emitir uma nota criticando o aumento do teor do biodiesel no diesel, o setor de biocombustível reagiu e criticou a postura da entidade, a quem acusa de fazer acusações infundadas. 

O grupo, liderado pelo Sindicato das Indústrias do Biodiesel no Estado de Mato Grosso (Sindibio-MT) e a União Brasileira do Biodiesel e Bioquerosene (Ubrabio), destacou ainda que diferente do que foi afirmado pelo setor de combustível, desde a concepção, o setor do Biodiesel no Brasil tem construído sua história baseada em pesquisas científicas, em evidências concretas e resultados comprovados pelo Ministério de Minas e Energia (MME) e Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). 


Vale destacar, inclusive, que a utilização do biodiesel reduz em cerca de 80% das emissões de gases de efeito estufa em relação ao Óleo Diesel Fóssil. “Não se trata de um trabalho restrito ao mercado brasileiro, mas é fruto de um consenso internacional, que reúne entidades das mais variadas, inclusive de representantes do setor de transportes em vários países e dos mais renomados órgãos ambientais de países como os Estados Unidos e outros da Europa, exemplificando, a Agência de Proteção Ambiental (Environmental Protection Agency – EPA – em inglês) e a Agência Europeia do Ambiente (European Environment Agency – EEA – em inglês)”, diz trecho da nota encaminhada à imprensa.

A revolta é devido ao fato de o grupo ligado ao combustível poluidor alegar que o biodiesel tem provocado problemas como o de criação de borra, com alto teor poluidor. O Sindipetróleo e Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e de Lubrificantes (Fecombustíveis), que emitiu a nota considerada ofensiva, aponta ainda que esse o material utilizado causa danos aos veículos, acusa ainda o grupo de fazer lobby e fala ainda que a política foi desvirtuada e beneficia apenas os “grandes”. 

Em contraponto ao Sindipetróleo e a Fecombustíveis, o grupo do biodiesel lamentou as acusações e ressaltou que o país vive um momento em que os governos Estadual e Federal tratam com urgência a questão de descarbonização da economia, portanto, estas entidades estariam indo na contramão e agem de forma irresponsável, para manutenção do ‘status quo’ que  privilegia combustíveis fósseis altamente poluentes em detrimento dos biocombustíveis.

“A defesa do atraso, porém, é desmontada quando se observam os inúmeros documentos emitidos por entidades sérias em defesa do meio ambiente, da descarbonização e dos compromissos com o clima. Trata-se de uma visão equivocada e na direção contrária aos objetivos de construir um futuro mais sustentável. Nos dias atuais, não se encontra mais espaço para defesa à incentivos para o uso de combustíveis fósseis, pelo contrário, a ordem do dia nas economias sólidas visa  a descarbonização das matrizes energéticas, em especial no setor de transportes que utilizam de forma intensiva óleo diesel fóssil”, diz a nota do Sindibio. 

As entidades do biodiesel apontam ainda que seria importante que estes grupos que ainda trabalham de combustíveis fósseis apresentassem os os referidos documentos que dizem comprovar as alegações infundadas contra a política do uso de Biodiesel. “Já é de conhecimento de todas as instituições ligadas ao setor de combustíveis que o setor de Biocombustíveis está aberto à novas tecnologias para a produção de Biodiesel e apoia o fomento e a entrada de novas rotas tecnológicas de produtos que venham a deslocar o consumo de Óleo Diesel Fóssil por Biocombustíveis com melhores características ambientais, como é o caso do Diesel Verde (HVO), todos dentro de seus mandatos”.

A nota emitida fala sobre a qualidade, especificações e os compromissos firmados com o avanço, questões ambientais e ainda o acordo do clima. Por fim, as entidades reforçam que o setor de produção de Biodiesel sempre se manteve aberto ao diálogo em todo o período de avanços dos Biocombustíveis e continuará a buscar o diálogo, visando o melhor para o Brasil e para os brasileiros.

Confira a íntegra da nota 

SINDIBIO-MT e UBRABIO refutam acusações infundadas que foram divulgadas pelo Sindipetróleo-MT em nome da Federação do Setor de Combustíveis; o aumento do percentual de Biodiesel é fundamental para economia e meio ambiente.

O Sindicato das Indústrias do Biodiesel no Estado de Mato Grosso (SINDIBIOMT) e a União Brasileira do Biodiesel e Bioquerosene (UBRABIO), vêm a público refutar a nota ofensiva e mentirosa divulgada pelo Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis do Estado de Mato Grosso (SindiPetroleo-MT), escrita pela Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e de Lubrificantes (Fecombustíveis) em que critica, com argumentos falaciosos, a mistura de Biodiesel ao Óleo Diesel Fóssil, bem como sua utilização em veículos automotores.

Iniciada em 2005, a política de combustíveis renováveis surgiu como alternativa sustentável para reduzir a emissão de poluentes provenientes de combustíveis fósseis, minimizar gastos com a importação de óleo diesel advindo de fontes poluentes, gerar promoção socioeconômica para milhares de agricultores familiares, além de fomentar a cadeia produtiva e industrializar a produção nacional de grãos.

Diferente do que foi afirmado, desde sua concepção, o setor do Biodiesel no Brasil tem construído sua história baseada em pesquisas científicas, em evidências concretas e resultados comprovados pelo Ministério de Minas e Energia (MME) e Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

Não se trata de um trabalho restrito ao mercado brasileiro, mas é fruto de um consenso internacional, que reúne entidades das mais variadas, inclusive de representantes do setor de transportes em vários países e dos mais renomados órgãos ambientais de países como os Estados Unidos e outros da Europa, exemplificando, a Agência de Proteção Ambiental (Environmental Protection Agency – EPA – em inglês) e a Agência Europeia do Ambiente (European Environment Agency – EEA – em inglês).

Lamentamos ver que ao mesmo tempo em que os governos Estadual e Federal tratam com urgência a questão de descarbonização da economia, algumas entidades insistem, de forma irresponsável, na manutenção do status quo que privilegia combustíveis fósseis altamente poluentes em detrimento dos 
biocombustíveis. A defesa do atraso, porém, é desmontada quando se observam os inúmeros documentos emitidos por entidades sérias em defesa do meio ambiente, da descarbonização e dos compromissos com o clima. Trata-se de uma visão equivocada e na direção contrária aos objetivos de construir um futuro mais sustentável.

Nos dias atuais, não se encontra mais espaço para defesa à incentivos para o uso de combustíveis fósseis, pelo contrário, a ordem do dia nas economias sólidas visa a descarbonização das matrizes energéticas, em especial no setor de transportes que utilizam de forma intensiva óleo diesel fóssil. 

Conforme já solicitado em outras ocasiões, seria salutar que essas entidades, que hoje se manifestam contra a descarbonização do setor de transportes, apresentem os referidos documentos que dizem comprovar as alegações infundadas contra a política do uso de Biodiesel.

Já é de conhecimento de todas as instituições ligadas ao setor de combustíveis 
que o setor de Biocombustíveis está aberto à novas tecnologias para a produção de Biodiesel e apoia o fomento e a entrada de novas rotas tecnológicas de produtos que venham a deslocar o consumo de Óleo Diesel Fóssil por Biocombustíveis com melhores características ambientais, como é o caso do Diesel Verde (HVO), todos dentro de seus mandatos.

QUALIDADE 

Vale destacar que a manifestação das entidades que criticam o Biodiesel não explica quais são as bases técnicas e documentais que sustentam as afirmações contra a qualidade deste Biocombustível. Esquecem que a maior parte (90%) da mistura ainda é do Óleo Diesel Fóssil. Nenhum dano a máquinas e motores foi comprovado pela ação direta ou indireta da utilização do Biodiesel em misturas já aprovadas pelos fabricantes de motores e equipamentos, assim como pelo MME ou pela ANP, órgãos que monitoram e acompanham cada detalhe do setor.

ESPECIFICAÇÃO

Muito importante destacar que a especificação do Biodiesel Brasileiro, definido pela RANP 45/2014, contém os mais exigentes parâmetros que superam os aplicados na Europa, o por si só coloca o produto brasileiro em outro patamar de superioridade. Não por acaso, o Brasil liderou o maior programa de testes do mundo. 

Inclusive vale lembrar que vários grupos de usinas passaram a entregar seus produtos, de forma espontânea, com parâmetros ainda mais restritivos do que os exigidos pela ANP e já houve manifestação do setor solicitando à ANP um maior rigor em alguns parâmetros, buscando aprimorar ainda mais as especificações, sendo assim a melhoria do setor é contínua e incentivada pelos entes envolvidos, em especial as próprias entidades defensoras do setor.

COMPROMISSO COM O AVANÇO 

Em relação à importação de tecnologias veiculares mais modernas, a previsão de aumento da mistura está definida pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) desde outubro de 2018 e, desde então, os produtores de Biodiesel não se furtaram a melhorar seus processos e promover a atualização das especificações técnicas do produto.

Mas, não se pode exigir apenas de um lado. Cabe aqui perguntar: o setor automotivo fez o que para melhorar as especificações de seus motores, preparando-os para lidar com combustíveis mais modernos e sustentáveis?

COMPROMISSO AMBIENTAL 

As declarações dos manifestantes precisam ser confrontadas com seus compromissos com a Política Nacional de Biocombustíveis (RenovaBio). O posicionamento tem consequências diretas numa extensa cadeia de produção que gera emprego para a população e receita para o Estado.

ACORDO DO CLIMA 

Além disso, o Biodiesel já se transformou em um dos mais importantes instrumentos do governo brasileiro para cumprir os acordos internacionais de descarbonização, previsto no Acordo do Clima. A utilização do biodiesel reduz em cerca de 80% das emissões de gases de efeito estufa em relação ao Óleo Diesel Fóssil.

DESENVOLVIMENTO 

O Biodiesel proporciona expressivo desenvolvimento em todas as regiões do país com aproveitamento dos potenciais produtivos locais e significativa participação no esforço nacional da agenda da sustentabilidade global. Vetor de interiorização do parque industrial, atualmente com 59 unidades localizadas em 15 estados de todas as regiões, lembrando que em alguns pequenos municípios a maior fonte de arrecadação provém de uma usina de Biodiesel que distribui renda tanto na cidade como no campo.

REDUÇÃO DA DEPENDÊNCIA 

Entre 2008 e 2020, o Biodiesel proporcionou a redução na importação de 47 bilhões de litros de Óleo Diesel Fóssil. Isto representou uma economia de mais de US$ 30 bilhões que deixaram de ser remetidos ao exterior. Em 2020 foram importados 11,8 bilhões de litros de Óleo Diesel a um custo de US$ 4 bilhões.

O volume total de consumo de Diesel B atingiu 57,5 bilhões de litros, enquanto a produção de Biodiesel foi de 6,4 bilhões de litros. Se não fosse o Biodiesel o país teria que importar adicionalmente esses mesmos 6,4 bilhões de litros de Óleo Diesel proveniente de petróleo, altamente poluente e exportar divisas para outros países.
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