O governador Mauro Mendes (União) volta a intensificar a agenda em Brasília para debater a reforma tributária a qual chama de “pouca vergonha” e além das críticas que já eram recorrentes por conta das perdas que Mato Grosso sofrerá com o modelo proposto, o chefe do Executivo aproveitou a ida para o Médio Norte do Estado para alertar os produtores rurais sobre as mudanças que impactarão o agronegócio. Ele alerta que apenas as tradings serão beneficiadas e o recurso que era para investimento ficarão com grandes empresas.
“Na terça-feira eu estarei em Brasília e devo ficar lá por dois ou três dias com o objetivo de tentar influenciar, nessa reta final dessa possível votação de uma reforma tributária. É uma mudança muito grande. É importante que alguns produtores que estão aqui, o agronegócio será fortemente tributado. Essa tributação na cadeia, boa parte dela depois, vai ser devolvida para as tradings. Os exportadores são hoje os grandes beneficiários dessa reforma tributária. Grandes indústrias, grandes empresas exportadoras vão ficar com boa parte dos impostos que hoje estão sendo pagos. Nós vamos para lá para tentar mostrar isso aos deputados que isso é uma pouca vergonha para não dizer outra coisa, porque dinheiro que hoje financia a saúde, financia estradas, financia infraestrutura... vai deixar de entrar nos cofres de Mato Grosso e de outros estados e vão parar lá no final da cadeia, na mão dos exportadores e das tradings. E é isso que nós vamos tentar alterar nessa proposta de reforma tributária”, reclamou.
Mauro também destacou que alguns estados estão sendo beneficiados, mas estão “quietinhos e na moita” para não ser percebido. O governador também vem cobrando a bancada federal de Mato Grosso para se mobilizar, e aproveita para pressionar parlamentares como Emanuelzinho (MDB) e Juarez Costa (MDB), que têm votado ao lado do governo Federal. “Eu espero que os nossos deputados federais, nesse momento, tenham a capacidade e o interesse de compreender o que está acontecendo e se posicionar em defesa do Estado de Mato Grosso”, provocou.
Apesar da apreensão com relação à proposta apresentada na Câmara Federal, Mauro prefere evitar falar em estrangulamento das contas. “Caso não reverta, eu vou fazer depois a análise, mas vamos focar a nossa energia para tentar reverter nesse momento”, finalizou.
