Caso a vereadora Edna Sampaio (PT) realmente apresente um projeto de lei para regulamentar a forma como é gerenciada a verba indenizatória do chefe de gabinete, os colegas de Parlamento Luis Cláudio (PP) e Dilemário Alencar (Podemos) prometem encabeçar uma forte campanha contra. O alerta de ambos foi feito na sessão ordinária desta terça-feira (11), em repercussão à entrevista concedida pela petista ao programa Agora na Capital dessa segunda (10).
Acontece que Edna é alvo de processo um processo disciplinar por suposta prática de rachadinha. Isso, porque teria recebido R$ 20 mil da ex-chefe de gabinete, Laura Natasha, referentes à verba indenizatória paga pela Câmara de Cuiabá aos servidores que ocupam tal cargo.
A alegação da vereadora é que há em seu mandato uma orientação ao chefe de gabinete para que deposite a VI em uma conta conjunta, onde a própria Edna também deposita a sua verba indenizatória, sob justificativa de isso dar mais transparência ao uso do dinheiro público.
“Eu quando li essa matéria falei ‘não é verdade, não pode ser’. [...] Essa proposta da Edna é um tapa na cara da inteligência do povo cuiabano, e sobretudo sobre a inteligência dos órgãos fiscalizadores. Essa lei, em lembro na época, ela foi articulada junto com o Tribunal de Contas, foi feita com base em uma consulta [ao TCE] estabelece como pode ser usada a verba indenizatória”, lembrou Dilemário.
O vereador também afirmou que tal projeto iria desmoralizar o Parlamento cuiabano e disse acreditar que a ideia não teria partido de Edna, mas sim de algum assessor.
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Em seguida, Luis Cláudio, que é autor de uma das representações contra a vereadora na Câmara, classificou como “atabalhoada” a defesa da vereadora e avalia que ela está causando danos a si mesma ao idealizar tal projeto.
“Você não pode trazer para os outros vereadores o que para si representa. Se isso for verdade, realmente esse Parlamento vai ter que tomar uma atitude de rejeitar plenamente essa propositura porque não é ‘o que eu faço na minha casa, o senhor tem que fazer na sua’. Se eu faço e é irregular, eu tenho que arcar com as consequências daquilo que eu fiz”, disse o vereador, classificando como lamentável e absurda a ideia de Edna.
Na entrevista concedida ao Agora na Capital dessa segunda, Edna Sampaio argumentou que a lei estabelece a finalidade da verba indenizatória, mas não de que forma ela deve ser gerida. “Não há crime nenhum nisso, estão querendo me incriminar. [...] Eu vou propor, inclusive, que seja regulamentado essa questão da verba indenizatória na Câmara. [...] Vou propor um projeto em que o vereador possa optar em gerenciar os recursos em contas privadas ou em conta conjunta”.