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14/08/2023 às 11:35

UFMT CIÊNCIA

Produção científica na UFMT cresce mais de 10% em 2022

A alta em produções contrasta com o cenário nacional com 7,4% de queda

Leiagora

Produção científica na UFMT cresce mais de 10% em 2022

Foto: Willian Gomes - Secomm UFMT

A produção científica da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) segue em uma curva crescente nos últimos anos. Em 2022, o volume total de produções aumentou 10,5% em relação ao ano anterior que, segundo o pró-reitor de Pesquisa, professor Leandro Dênis Battirola, está ligado ao trabalho realizado pelos pesquisadores da instituição, bem como ao elevado potencial da instituição de captação de recursos junto às agências de fomento.

O saldo da produção no campo da ciência na UFMT é composto por uma somatória que considera a totalidade de publicações de artigos, livros, capítulos de livros e produtos técnicos. Em 2022, foram 3.783 produções desse tipo frente a 3.422 do ano anterior. Nacionalmente, contudo, a realidade destoa dos números registrados na instituição. Isso porque um relatório recente evidenciou uma queda histórica na produção científica do país.

Elaborado em parceria entre a Agência Bori e a editora científica Elsevier, o levantamento divulgado no final de julho mostra que o Brasil registrou uma queda de 7,4% na divulgação de artigos científicos entre 2022 e 2021. O patamar brasileiro está na contramão da média mundial, que subiu 6,1% em uma alta puxada principalmente por países como China e Índia.

Apesar da solidez numérica dos dados divulgados no relatório, os diversos fatores que se somaram para a construção da realidade científica que colocou o país em queda são voláteis e refletem momentos histórico-sociais e políticos. Neste sentido, para o pró-reitor, variáveis como a pandemia da Covid-19 e o corte sistemático de financiamento para pesquisa devem ser considerados como pontos-chave para a interpretação do cenário brasileiro.

“Hoje, no país, vivemos um momento de retomada nos investimentos em ciência e tecnologia. Isso porque tivemos um momento de ruptura do reconhecimento da ciência e da importância da ciência para o desenvolvimento nacional. Isso gerou uma queda muito brusca na produção científica brasileira, sem precedentes na história. E, agora, estamos nos deparando com uma postura política diferenciada. Quando falo [nesta política] é uma situação que temos que contornar no Brasil. Nós pesquisadores não queremos uma política de governo, queremos uma política de Estado relacionada aos investimentos em ciência, tecnologia e inovação”, disse o pró-reitor.

Além dos investimentos, o docente também vincula a queda na produção à pandemia da Covid-19. Isso porque, nas fases mais severas da emergência sanitária, diversas medidas de precaução foram adotadas, sobretudo o isolamento da população. Neste contexto, conforme lembra o pró-reitor, as pesquisas de campo foram prejudicadas e uma parcela significativa das produções passou a ter cunho mais teórico e de revisão bibliográfica, devido às dificuldades de coleta de dados. 



“Temos que pensar que os resultados das pesquisas não são imediatos. A redução nos números registrados, por exemplo, em 2022 ou 2023, é resultado de uma ação política que começou em anos anteriores. A pesquisa tem seu tempo de execução, seu tempo de análise dos resultados para só então ser publicada. E esses rankings são baseados nos números de publicações, ou seja, na última etapa do processo de geração de conhecimento”, ponderou.

Fontes apoiam pesquisas na UFMT

Os recursos que potencializam a produção científica na UFMT vêm de diferentes fontes (federal, estadual, pública ou do setor produtivo), geralmente obtidas por meio de editais, convênios ou termos de cooperação. Há ainda especificidades quanto ao direcionamento de uso do recurso da pesquisa. Determinada fonte, por exemplo, pode orientar a aplicação do dinheiro para formação de pesquisadores, incluindo bolsas de estudo, ou recursos para compra de equipamentos e custeio dos projetos.

Neste ecossistema de financiamento, pesquisadores podem receber recursos públicos pela via federal com fomento de instituições como a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) – ligada ao Ministério da Educação -, Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) – ligada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação. Há também a possibilidade de obtenção de recursos via Fundação de Amparo à Pesquisa de Mato Grosso (Fapemat), em nível estadual, que retomou de uma série de editais nos últimos anos.

“Existe uma integração muito grande entre si. A Capes tem um papel muito forte no fomento à capacitação de pessoal, tanto que a Capes está ligada à pós-graduação, às bolsas de estudo de mestrado e doutorado. Já o CNPq, que também investe na formação de pessoas com bolsas de estudo, tanto mestrado quanto doutorado, tem uma vertente mais de financiamento às pesquisas via editais universais ou induzidos”, apontou. Alguns editais, por exemplo da Finep, podem contar com a participação do setor produtivo, com contrapartidas financeiras para a execução de projetos.

A interação entre diferentes agências também ocorre, como por exemplo em editais de bolsas de estudos para mestrado e doutorado são comuns as interações entre Capes e/ou CNPq com as fundações de amparo à pesquisa dos Estados.

Produção em alta

Apesar dos contingenciamentos federais no investimento à pesquisa nos últimos anos, o pró-reitor atrela o crescimento na produção científica da UFMT a dois fatores. O primeiro está ligado à capacidade dos pesquisadores de disputarem em alto nível aos editais existentes. Já o segundo diz respeito ao financiamento contínuo da Fapemat nos últimos anos. Em 2022, por exemplo, a universidade captou quase R$ 45 milhões em recursos para à pesquisa de diversas fontes, públicas e privadas, via editais.

“A atividade de pesquisa na UFMT é muito pujante. Temos uma série de pesquisadores extremamente atuantes que não perdem as oportunidades, participando de diversos editais e chamadas. E esses editais, é preciso dizer, são de nível nacional. Os editais da Fapemat são os únicos com concorrência exclusiva para pesquisadores de Mato Grosso, por isso a importância da Fundação e de seus editais. Considerando o nível de captação obtido pelos pesquisadores da UFMT, podemos afirmar que estamos fazendo pesquisa no mesmo nível de outras instituições, com a mesma qualidade. Talvez não no mesmo quantitativo, porque é óbvio que não podemos concorrer com uma instituição como a USP. Eles têm um histórico de pesquisa muito mais forte, mas não ficamos atrás em qualidade”, disse.

“Nossa Fap [Fapemat] desempenha um papel extremamente importante para nós. Durante o período em que tivemos esse ‘recesso’ federal de investimentos em ciência e tecnologia, a fundação aqui foi nosso amparo. Foi onde tivemos aporte de recursos para desenvolver pesquisa em Mato Grosso”, explicou.

Além da iniciativa pública, há também a parceria com o setor produtivo. Conforme destacado pelo pró-reitor, a UFMT garantiu ao longo dos últimos anos importantes parcerias para pesquisa com representantes de grandes setores produtivos no estado. Essas parcerias contam com o acompanhamento do Escritório de Inovação e Tecnologia (EIT), que atua de maneira muito próxima à Pró-Reitoria de Pesquisa.

Para o futuro, o professor Leandro Battirola aponta que as interações entre a universidade e o setor produtivo para desenvolvimento de projetos de pesquisa deverão crescer ainda mais, sobretudo por conta de uma maior industrialização da produção mato-grossense, considerando-se também uma tendência internacional de maior interação entre a academia e a sociedade.



 
Assessoria UFMT
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