O presidente da Comissão de Saúde na Assembleia Legislativa, deputado Lúdio Cabral (PT), informou que apresentará um requerimento ao Gabinete de Intervenção solicitando respostas às denúncias encaminhadas pelo prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB), ao Parlamento, e também um convite para que a interventora, Danielle Carmona, possa explicar um déficit de R$ 56 milhões e ainda uma diferença de R$ 126 milhões entre o saldo das contas bancárias e o saldo contábil.
Lúdio pretende também convidar o controlador Geral de Cuiabá, Hélio Santos Souza, para explicar os documentos apresentados pelo prefeito. A princípio, a expectativa é que Carmona já seja ouvida pela AL na próxima terça (19), na própria Comissão de Saúde.
O parlamentar evitou fazer juízo de valor sobre as denúncias encaminhadas e disse ainda que trabalha para blindar a Comissão de Saúde da briga política entre Emanuel e o governador Mauro Mendes (União).
O deputado destacou que o documento apresentado por Emanuel possui 5 mil páginas e ainda não teve tempo de analisar toda a denúncia, mas pelo que consta do resumo, no período da intervenção, foi identificado um total de R$ 56 milhões de despesas liquidadas e que não foram pagas, o que gera um déficit, mesmo com o aumento de receita, na ordem de R$ 34 milhões.
“Além disso, ele fala de uma diferença de R$ 126 milhões, entre o saldo das contas bancárias e o saldo contábil, na contabilidade, de empenho, documentação. E precisamos buscar respostas para essa diferença”, afirmou o parlamentar, sem polemizar.
“Primeiro tem que apurar qual a razão dessa diferença entre as planilhas, a intervenção precisa explicar, precisamos entender. Então vou apresentar requerimentos pedindo explicações por todas as questões levantadas pelo prefeito, inclusive para essas diferenças. Vou fazer um convite à interventora e à Controladoria do Município para prestar esclarecimentos, antes de fazer uma questão de juízo de valor”, reforçou.
Para Lúdio, que é médico sanitarista, o que ocorre atualmente, tanto no estado quanto na capital, trata-se de ter um elevado número de contratos com empresas privadas para terceirização de serviços hospitalares. “São muitos pagamentos de caráter indenizatório, sem processo licitatório prévio, problema que está na Operação Espelho, que está na base para criação da intervenção e problema que pode ocorrer na própria intervenção”, alertou.
Uma reunião da Comissão de Saúde estava programada para ocorrer na manhã desta terça-feira (12), mas acabou sendo suspensa, por falta do quórum.
