“O Hospital Central foi um hospital pensado há 30 anos, uma obra paralisada que o governo recuperou e o perfil daquela unidade e ser referência em alta complexidade. Temos um déficit em neurocirurgia, em ortopedia, cirurgias gerais de média e alta complexidade, de UTIs, em alta complexidade. Então essa unidade viria para suprir um déficit que Cuiabá e o interior de Mato Grosso todo tem. Uma unidade referenciada de portas fechadas para alta complexidade. Uma unidade não substitui a outra”, resumiu Paulo.
Apesar da leitura do deputado que vem da área da saúde, faz parte da Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa e tem base eleitoral em Cuiabá, o governador Mauro Mendes (União) ressalta não ter interesse em manter 3 hospitais estaduais em Cuiabá e Várzea Grande.
Atualmente, a administração estadual mantém a Santa Casa em Cuiabá e o Hospital Metropolitano em Várzea Grande. E a perspectiva é de que a Santa Casa seja fechada com a abertura do Hospital Central.
“E eu sempre disse que o estado de Mato Grosso não vai ter três hospitais aqui. Nós já temos o Metropolitano [em Várzea Grande], que se tornou um grande hospital e vamos abrir outro grande hospital. Aquele prédio ali [Santa Casa] é um prédio que momentaneamente nós estamos usando, porque era da prefeitura e ela deixou fechar”, disse o governador Mauro Mendes, durante vistoria realizada em obras da saúde nesta quinta-feira (28).
A Santa Casa
O atual Hospital Santa Casa é administrado pelo governo do estado desde maio de 2019. Antes disso, a instituição era uma entidade privada sem fins lucrativos, a Santa Casa de Misericórdia, a qual possuía contrato de prestação de serviços junto a Prefeitura de Cuiabá.
A Santa Casa de Misericórdia passou por crises financeiras em diversos momentos da existência, porém o quadro se agravou devido aos atrasos de repasses da administração do prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) e o hospital chegou a fechar.
O governo do Estado então alugou o prédio da Santa Casa de Misericórdia, contratou parte dos funcionários antigos e passou a administrar o atual hospital sob o nome de Santa Casa, mas que na verdade é uma unidade estadual e sem vínculos com a antiga pessoa jurídica do hospital filantrópica.
O CNPJ da instituição antiga, inclusive, ainda existe e recebe do governo do Estado cerca de R$ 500 mil pelo aluguel do prédio e possui uma série de dívidas trabalhistas com ex-funcionários. Representantes da Justiça Trabalhista, com intermédio da Assembleia Legislativa, negociam a possibilidade do governo do Estado comprar o prédio histórico da Santa Casa para que esse dinheiro seja depositado em juízo e utilizado para quitar essas dívidas.
Entretanto, Mauro não demonstrou interesse nesta solução até o momento.
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