A recém-empossada desembargadora Graciema Ribeiro Caravellas não vê prejuízos para Tribunal de Justiça de Mato Grosso por ter sido promovida apenas a 2 meses da aposentadoria e garante que irá se dedicar ao trabalho. A magistrada ainda diz não tem ressentimentos por não ter assumido o posto antes.

“Eu poderia, mas não fui. Eu não tenho ressentimentos. Eu penso que tudo na vida são desígnios de Deus. Eu não sei explicar para você, mas eu não tenho ressentimento, não tenho esse sentimento de magoa e rancor dentro do meu espirito, porque isso só faz mal”, disse. 

A magistrada tomou posse no Tribunal de Justiça na manhã desta sexta-feira (27) pelo critério de antiguidade. Ela poderia ter assumido o posto antes, mas foi aposentada compulsoriamente em 2010 por suposto envolvimento no esquema que ficou conhecido como “Escândalo da Maçonaria”. 

A aposentadoria foi suspensa em novembro do ano passado. “Eu me senti gratificada em poder voltar a trabalhar. Neste período de retorno até a minha aposentadoria justa, vão se passar um ano e meio, tempo o suficiente para eu ver que a gente a qualquer momento pode contribuir naquilo que se propôs, e eu me propus, a vida inteira, a ser juíza”, completou. 

Graciema se aposenta em janeiro do próximo ano, pois completa 75 anos. Para ela, o maior desafio em quanto estiver desembargadora será atuar em processos de outras esferas que não sejam criminais. 

“Eu sempre atuei na justiça criminal, agora com a reintegração eu fui designada para uma Câmara Temporária de Direito Público, que é uma área civil, e totalmente nova para mim que fiquei 12 anos fora e voltou em outra área. Eu atravessei uma fase difícil do judiciário. Nós não tínhamos recursos tecnológicos e nem humanos. Graças a Deus tudo foi evoluindo e hoje temos um judiciário forte em todos os aspectos e segmentos”, concluiu.