“Eu nunca vi usar pesquisa qualitativa para escolher candidato”, essa foi a opinião do deputado estadual Eduardo Botelho (União) na manhã desta quarta-feira (1º) ao ser questionado sobre a proposta do presidente regional do União Brasil, o governador Mauro Mendes, em usar uma pesquisa de opinião para escolher entre Botelho e Fábio Garcia.
Indignado com a proposta apresentada por Mauro e azedando ainda mais o caldo dentro da sigla, Botelho diz que só aceita a pesquisa qualitativa se ela vier junto de uma quantitativa, afinal “não se pode menosprezar a opinião popular”.
Na manhã de terça (31), Mauro se reuniu com os dois pré-candidatos a prefeitura de Cuiabá para as eleições municipais de 2024, Botelho e Fábio Garcia, de forma separada. Para os dois, ele apresentou a mesma proposta: o candidato do União Brasil será escolhido por meio de uma pesquisa qualitativa.
Fábio, que está amargando o quinto lugar em várias pesquisas de intenções de votos, sempre variando entre 5% e 6%, aceitou de imediato, já Botelho disse que iria pensar e só responderia quando Mauro voltasse da viagem para a China que começa nesta quarta.
Acontece que durante conversa com a imprensa na manhã de hoje, Botelho já afirmou que a proposta de Mauro é inviável e demonstrou insatisfação com a situação. “Ele [Mauro Mendes] propôs uma pesquisa qualitativa sem levar em conta a pesquisa quantitativa. Minha contraproposta é que use a qualitativa, mas use também a quantitativa, porque a qualitativa é subjetiva, depende de quem analisa e de quem media. A quantitativa é numérica, específica e cientifica”, afirmou Botelho.
Pesquisa qualitativa analisa-se o que a população espera do próximo prefeito, qual é o perfil que elas buscam, além de entender quais são as demandas, preferências, aspirações e atitudes que o eleitorado espera de um candidato, mas sem citar nomes. Geralmente essa pesquisa tem um público menor a ser entrevistado.
Já a quantitativa é a que acontece geralmente durante as campanhas políticas em que o entrevistador apenas pergunta em quem a pessoa votaria, sem questionar sobre perfil de gestor. Essa pesquisa geralmente abrange um público maior e é mais utilizada para mostrar quem está à frente na corrida eleitoral.
Diversas pesquisas foram feitas este ano, sendo que a última realizada e publicada pelo instituto MT Dados mostra Botelho liderando a pré-corrida eleitoral com 32% das intenções de votos. Fábio Garcia aparece em quarto lugar com 6% dos votos.
Embora Botelho tenha a vantagem, o que ele chama de força popular, Fábio tem a vantagem de ser o escolhido de Mauro Mendes, o que faz com que uma pesquisa qualitativa seja uma forma de cozinhar Botelho em “Banho Maria” para que Garcia ganhe a aceitação de todo o União Brasil que está dividido entre os dois parlamentares.
Só por Deus
Questionado o que o faria desistir de disputar a prefeitura de Cuiabá, Botelho é categórico: “Só Deus pra fazer eu desistir da candidatura. Eu não tenho como desistir, eu tenho o apoio da população e uma boa aceitação. Então eu vou ser candidato. Se vamos ganhar, é só Deus e o povo que vai decidir”.
Enquanto não firma os pés no PSD, partido que já dá todo o apoio para recebê-lo, tanto é que até o presidente nacional da sigla, Gilberto Kassab, tem feito ligações pessoais para ele, Botelho já articula a filiação de vários aliados no partido para que eles arrumem o meio de campo. Um deles foi o seu braço direito Ricardo Adriene que tomou posse como secretário-geral da sigla social-democrata e Domingo Sávio que integra a Comissão Provisória do PSD em Cuiabá.
No entanto, apesar de já estar com as malas prontas, o que ainda prende Botelho no União Brasil é o risco de perder o mandato por infelidade. Sendo assim, ele precisaria de uma carta de liberação dada pelo presidente da legenda, no caso o governador Mauro Mendes. Só que ainda assim, corre o risco de ser processado por algum suplente com interesse na vaga dele como deputado. No caso, tem nomes com o do secretário de Saúde do Estado, Gilberto Figueiredo, que é primeiro suplente da coligação, além do ex-deputado Xuxu Dal Molin, segundo suplente na chapa.
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