O suspeito de assassinar o advogado Roberto Zampieri na noite desta terça-feira (5) ficou de tocaia em frente ao escritório da vítima e, pela precisão com que os disparos foram efetuados, tinha experiência com manuseio de arma de fogo. Essas e outras informações forma repassadas pelo delegado Nilson Farias, da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), que conversou com a imprensa no final da noite desta terça, ainda no local do crime.
“A partir do momento que tivemos conhecimento, a Divisão de Homicídios compareceu ao local, acionou toda a perícia, IML. Tivemos acesso a algumas imagens e dá pra ver uma clara execução, onde o indivíduo aparece utilizando boné e uma espécie de caixa na mão e efetua disparos em direção a esse veículo, já próximo ao vidro do carona, e acerta a vítima. Nesse momento ele se desloca correndo a pé, uma ação até semelhante a do que aconteceu no shopping [Popular]”, detalhou o delegado.
Farias pontua que, neste momento, a equipe da DHPP está varrendo todo o quadrante nas imediações do crime para tentar traçar qual foi a rota de fuga adotada pelo bandido.
Leia também - Advogado é assassinado a tiros ao sair de escritório no Bosque da Saúde
Conforme o delegado, foram identificados 10 disparos e “provavelmente os 10 atingiram” a vítima.
O delegado detalhou que o suspeito estava de tocaia do outro lado da rua, aguardando Zampieri sair do escritório. “E quando ele percebeu que o advogado iria entrar no carro, ele veio andando sorrateiramente e aí, dessa forma covarde, acabou executando a vítima. [...] Ele não chega a conversar, não fala nada, ele simplesmente se aproxima, efetua os disparos e sai em seguida correndo”.
Quanto à motivação do crime, Nilson informa que agora estão conversando com familiares da vítima na tentativa de identificar algo que auxilie na investigação. “Ainda é muito cedo, é um escritório de advocacia que mexe com muitas causas grandes, então não dá ainda pra falar sobre motivação”.
O delegado confirmou que Zampieri tinha outro veículo blindado, mas neste dia usava um sem essa proteção. “Esse carro já tem uns cinco anos, então não é devido a uma ameaça recente”. Contudo, o Nilson conta que o advogado não usava de forma frequente, o que revela que ele já não tinha mais receio de ser executado.
A arma usada no crime foi uma pistola 9mm. O suspeito tinha aparentemente de 25 a 30 anos, mas como ele usava um boné, não foi possível ver com clareza o rosto dele.
A perícia inicial aponta que o suspeito sabia manusear muito bem uma arma de fogo, tanto que os disparos foram todos agrupados no vidro do carona. “E praticamente todos os disparos atingiram a vítima. [...] No rosto não chegou atingir, atingiu mais a região toráxica e perna”.
Operação Bereré
Os cinco anos que Zampieri fazia uso de carro blindado remontam do período em que prestou depoimento no âmbito da Operação Bereré, que investigava um esquema de fraudes no Detran-MT. À época, ele detalhou a suposta participação de integrantes do esquema.
