A derrubada do reajuste na taxa do lixo em Cuiabá sinaliza um novo comportamento dos vereadores da base do prefeito Emanuel Pinheiro (MDB), e indica que as contas de gestão do chefe do poder Executivo referente ao ano de 2022 podem ser reprovadas no Parlamento municipal.
Pela primeira vez em muito tempo, governistas e oposição falaram a mesma língua e aprovaram, nessa segunda-feira (22), um decreto legislativo que susta o decreto baixado pelo prefeito que aumentava em 212% a taxa lixo na Capital.
Por incrível que pareça, a iniciativa foi do presidente da Casa de Leis, vereador Chico 2000, um dos principais aliados do emedebista.
A votação desta medida pode indicar como será a votação das contas de gestão de Pinheiro, que deve ocorrer no próximo mês, após o retorno oficial das atividades parlamentares.
Pensando na reeleição, os parlamentares devem adotar uma medida mais independente, buscando descolar da imagem do chefe do Executivo municipal, tendo em vista o desgate que ele acumulou durante suas duas gestões à frente do Palácio Alencastro.
Diante disso, a expectativa é que o Legislativo cuiabano acolha o parecer do Tribunal de Contas do Estado, e reprove os balancetes do preferente referente ao ano de 2022.
Os parlamentares de oposição, inclusive, já dão como certa essa votação, e já estudam, nos bastidores, medidas de desdobramentos, como a proposição de mais uma Comissão Processante contra o gestor.
Recesso
Os vereadores da Capital entraram em recesso parlamentar em 22 de dezembro passado. Nessa segunda-feira (22), contudo, eles interromperam as férias para votar esse projeto de decreto legislativo, e também a Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2024, que estava pendente de votação.
Com a aprovação das duas matérias, os parlamentares retomam o recesso, voltando aos trabalhos legislativos em 2 de fevereiro.