23/08/2018 às 15:00
Redação Leiagora
O eleitor brasileiro não prevê uma melhora na economia, segundo pesquisa do Datafolha realizada nos dias 20 e 21 de agosto.
O desemprego, um dos indicadores em situação mais grave no país, ainda deverá piorar na visão de 48% dos entrevistados. Para 19%, a situação terá uma melhora.
As respostas revelam um pessimismo semelhante ao da pesquisa anterior, realizada no início de junho: 46% previam uma piora, e 22%, uma melhora no emprego.As variações estão dentro da margem de erro, de dois pontos percentuais para mais ou para menos.
O levantamento, feito a pedido da Folha de S.Paulo e da TV Globo, entrevistou presencialmente 8.433 pessoas em 313 municípios. O nível de confiança dos resultados é de 95%, registrado na Justiça Eleitoral sob o protocolo BR 04023/2018.
O desemprego no país começou a disparar a partir de 2015, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). A taxa, que era de 6,5% ao fim de 2014, atingiu seu pico, de 13,7%, no primeiro trimestre de 2017.
O resultado mais recente do instituto, do segundo trimestre deste ano, mostrou uma taxa de 12,4%. A melhora, porém, é considerada modesta pelos especialistas em mercado de trabalho, principalmente porque o aumento de empregados é puxado por trabalhadores informais.
Além disso, há um aumento no número de brasileiros que desistiram de procurar emprego --os chamados desalentados, cujo contingente bateu recorde em junho deste ano.
Outros índices que retratam a confiança dos brasileiros em relação à economia também mostram que não há otimismo, segundo os dados da pesquisa do Datafolha.
A expectativa de inflação continua negativa: para 54% dos entrevistados, a taxa vai aumentar -resultado semelhante ao da última pesquisa, de junho, quando 52% previam uma piora. A inflação medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) registrou uma alta de 4,48% em julho, considerando o acumulado de 12 meses. A taxa, que vinha abaixo dos 3% desde julho de 2017, voltou a subir em junho deste ano, devido à paralisação dos caminhoneiros.
A evolução do poder de compra dos salários deverá ficar estável para 40% dos entrevistados.
Em relação à situação econômica do país, a perspectiva é também de continuidade para 41%. Aqueles que preveem uma piora no cenário somaram 31%, e, os que projetam uma melhora, 23%.
Quando a pergunta se direciona à situação econômica pessoal do entrevistado, o otimismo é um pouco maior: 38% preveem uma melhora, 44% acreditam que o cenário vai continuar como está e, 14%, que vai ficar pior.
Os mais pobres são os mais pessimistas. Entre aqueles que ganham até dois salários mínimos, são 17% os que preveem uma deterioração em sua situação pessoal, contra 10% entre os que ganham entre cinco e dez salários mínimos.
O ceticismo também cresce conforme aumenta a idade dos entrevistados. Para 46% dos jovens entre 16 e 24 anos de idade, a situação pessoal vai melhorar, contra uma taxa de 26% entre aqueles com mais de 60 anos.
Direto de São Paulo, SP (FOLHAPRESS
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