O portal Leiagora recebeu nesta semana o Dr. Hélio Ramos, advogado e professor de Di­reito Elei­toral, para realizar um balanço das eleições 2018 com o fim do segundo turno neste último domingo (28/10), que elegeu o deputado federal pelo Estado do Rio de Janeiro, Jair Bolsonaro (PSL), como presidente do Brasil. De acordo com o professor, ?a urna eletrônica se consagrou mais uma vez como mecanismo de verificação da democracia?.

Apesar dos elogios ao sistema adotado há mais de 20 anos pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Hélio explica que neste ano foi constatado que a urna eletrônica ainda é uma desconhecida do eleitor. Fato que se comprovou com os vários casos registrados em todo o país.

?Muitas pessoas, na euforia do momento, digitaram o número do seu candidato e logo em seguida confirmavam. Nem esperavam o tempo necessário, que é algo em torno de apenas 1 segundo, para aparecer a foto do seu candidato. Mas ainda assim podemos confirmar que o grande resultado dessa eleição, é a confirmação do processo eletrônico como um processo seguro?.

De acordo com o Hélio, que representa a Ordem dos Advogados Brasil, seccional de Mato Grosso (OAB/MT), a falta de participação do eleitorado ainda é muito grande. ?Estive acompanhando durante toda a semana o processo de apuração e auditoria das urnas eletrônicas e eu posso falar da grande ausência do eleitor em todas estas etapas. Para se ter uma ideia, uma Audiência pública em um auditório com 160 lugares tinha apenas 17 pessoas, uma participação incipiente?.

?As pessoas costumam sentar atrás de um computador em casa e reclamar, mas não se dispõem em ir no Tribunal Regional Eleitoral acompanhar auditoria, acompanhar a lacração do sistema, do software, das informações na urna, a própria auditoria da votação paralela. O cidadão eleitor precisa participar e não tão somente fazer a crítica passiva sem conhecimento.?