Após a intervenção estadual no Hospital Regional de Sinop, publicado no Diário Oficial do Estado desta última quinta-feira (17), o secretário de Estado de Saúde de Mato Grosso, Gilberto Figueiredo, esteve reunido com os colaboradores do local, na manhã de sexta-feira (18), para anunciar como a transição irá ocorrer, assim como o processo seletivo simplificado para contratação do novo quadro de funcionários.

De acordo com a secretária adjunta de Gestão Hospitalar, Deisi Bocalon, em contato direto com o Portal Leiagora, a prioridade da Secretaria será na regularização dos profissionais do local.

?Nossa prioridade é realizar o pagamento de todos eles, dentre todos os credores, o pagamento de todas as rescisões contratuais dos colaboradores estão em primeiro lugar. Todos os interessados terão a chance de continuar prestando serviço, desde que participem do processo seletivo simplificado?, afirmou Deisi.

Deisi explica que o processo seletivo será lançado até o dia 31 de janeiro, ressaltando que ?a Secretaria Estadual de Saúde não está medindo esforços para regularizar a situação com todos os servidores e fornecedores?.

Intervenção

A in­ter­venção do Es­tado na uni­dade de Sinop foi de­cre­tada pelo go­ver­nador Mauro Mendes (DEM). A me­dida foi pu­bli­cada no Diário Ofi­cial do Es­tado e tira a ad­mi­nis­tração das mãos do Ins­ti­tuto Gerir . Mendes afirmou que existem muitas ?ine­xe­cu­ções in­de­vidas? no acordo tem­po­rário entre a Se­cre­taria de Saúde e o Ins­ti­tuto Gerir, fir­mado em maio de 2018.

A secretária de Gestão Hospitalar explica que o Instituto não cumpriu com vários termos previstos no contrato, afirmando uma possível negociação com o consórcio Teles Pires.

?O Instituto deve quase R$ 6 milhões aos médicos de salário, eles não realizaram o depósito obrigatório em contrato do 3% do fundo de reserva; não cumpriram com as metas de produção estabelecidos em contrato; não utiliza sistema de regulação de leitos e exames oficiais, além de oferecer contratos com preços maiores que os praticados no mercado?, foram os apontamentos apresentados pela secretária.

Instituto Gerir

Procurados pelo Portal Leiagora, o Instituto Gerir se pronunciou por meio de nota, na qual aponta que a falta de pagamento e os atrasos nos repasses financeiros, influenciaram na gestão hospitalar e a retenção de 3% deste valor.

?Por fim, acreditamos que o Governo de Mato Grosso deve se pautar nos princípios da ética e da moralidade para quitar as dívidas com os colaboradores, fornecedores e médicos dos Hospitais Regionais de Sinop e Rondonópolis?, traz trecho da nota.

Leia na íntegra a nota encaminhada pelo Instituto Gerir

"A diretoria do Instituto Gerir esclarece que o contrato de gestão no HRSinop se encerra dia 31 de janeiro de 2019. Somada, a dívida do Governo de Mato Grosso com o Instituto Gerir corresponde a mais de R$ 30 milhões em custeios atrasados, tanto em Sinop, quanto em Rondonópolis, no Hospital Regional Irmã Elza Giovanella. A alegação divulgada pela imprensa citando quebra de contrato é inconsistente e inverídica, uma vez que sem o pagamento dos recursos acordados, e que deveriam ter sido repassados em dia, não é possível fazer a gestão hospitalar e a retenção de 3% deste valor. Por fim, acreditamos que o Governo de Mato Grosso deve se pautar nos princípios da ética e da moralidade para quitar as dívidas com os colaboradores, fornecedores e médicos dos Hospitais Regionais de Sinop e Rondonópolis. O Gerir irá fornecer lista para o Governo do Estado, conforme solicitado, de todos os documentos, inclusive extratos bancários comprovando a falta de recursos e contendo os débitos em atrasos de todos os fornecedores dos Hospitais, e espera que o Governo do Estado de Mato Grosso honre com os compromissos firmados em contrato".

Direto da Redação, Bruno Barreto