Os militares envolvidos no esquema que ficou nacionalmente conhecido como Grampolândia Pantaneira estão sendo reinterrogados na tarde desta terça-feira (16), pelo juiz da 11ª Vara Criminal Especializada em Justiça Militar, Marcos Faleiros.
As defesas dos militares pediram as oitivas alegando que haviam pontos nebulosos a serem esclarecidos.
Serão ouvidos o cabo da Polícia Militar, Gerson Luiz Ferreira Correia Junior; o ex-comandante da PM, Zaqueu Barbosa e o coronel PM, Evandro Lesco.
A audiência também ocorrerá nesta quarta-feira (17). Eles são acusados de terem comandado um esquema de interceptações telefônicas.
Esta é a segunda oitiva dos coronéis e a terceira do cabo.
14h30 – O advogado Neyman Monteiro, que faz a defesa do cabo Gerson, falou que deseja mudar o processo de Vara para não atrapalhar a defesa do cabo. Ele citou vazamento de informações importantes e por isso fez este requerimento. Então, o interrogatório seguirá da maior para a menor patente, ou seja, o coronel Zaqueu será o primeiro a ser ouvido.
Neyman alega vazamento de informações sigilosas no decorrer das investigações.
O Ministério Público diz que o direito à ampla defesa não significa direito ilimitado e que as investigações seguem imparciais, tanto que as delações são investigadas e analisadas minuciosamente. O pedido foi indeferido e o processo corre na Vara Militar.
14h40 - O coronel Zaqueu está sendo ouvido.
O MP está sendo
representado pelo promotor de Justiça, Vinicius Gahyva fala que houve ação militar ilícita, falsificação de documentos, falsidade ideológica e até prevaricação.
15h16- Faleiros começa a fazer a introdução do caso. Ele relata as acusações que são imputadas aos militares.
O juiz autoriza os militares a falarem aquilo que lhes convir.
Os advogados de defesa fazem as ponderações.
15h47- As defesas dos acusados alegam que tem novidades a serem ditas em depoimentos.
O coronel Zaqueu é o primeiro a prestar depoimento na 11ª Vara Militar de Cuiabá. Ele é acusado de ser o líder do núcleo de inteligência da PM utilizado para realizar as interceptações telefônicas ilegais.
Zaqueu alegou que os equipamentos foram adquiridos com o consentimento dele, pois ele enxergou uma oportunidade de obter um sistema moderno para a PM.
Ele diz que pediu ao cabo Gerson para procurar um espaço fora da instituição para que não houvessem conversas aleatórias acerca disso.
Zaqueu confessa grampos a pedido de Paulo Taques:'estariam atrapalhando as eleições'
15h52- Zaqueu alega que Paulo Taques solicitou o monitoramento de alguns números que, segundo ele, estariam atrapalhando o andamento das eleições.
Paulo entregou uma lista de contatos porém, Zaqueu afirma que desconhece as pessoas interceptadas.
As intercepções ilegais ocorreram, segundo Zaqueu, entre o período eleitoral de 2014 e 2016, quando o caso veio à tona.
Zaqueu assume que recebeu R$ 12 mil de Paulo Taques para operar grampos
16h02- Zaqueu alega que chegou a receber R$12 mil das mãos de Paulo Taques para custear os trabalhos de escutas ilegais.
Por meio destas escutas, eles descobriram, por exemplo, que o jornalista José Marcondes Muvuca estaria envolvido com a amante de Paulo Taques, Tatiane Sargalli para tentar derrubar o então governador Pedro Taques (PSDB), a mando do ex-comendador Arcanjo Ribeiro.
"Muvuca estava armando um plano de tentar contra a vida do governador. Inclusive, também identificaram que Janete Riva pleiteava uma cadeira no TCE", disse.
16h13- Zaqueu disse que o promotor Mauro Zaque o convidou para uma conversa e o questionou sobre os grampos. Ele disse que interceptou somente policiais sob suspeitas de condutas erradas. E Zaque o acusou de 'barriga de aluguel' e ele falou:
“Zaque, você é amigo íntimo de Taques e não sabe disso?”
“Eu sei o que fiz e até onde fiz, saio de cabeça erguida”, afirmou Zaqueu.
Além disso, Zaqueu alegou que nunca almejou se tornar comandante geral, e que a indicação veio de Zaque, que orientou a aceitar.
16h22 O ex-comandante afirma ainda que foi ao Palácio Paiaguas procurar o então governador para falar do caso e que gostaria de resolver, mesmo que ele fosse penalizado. Além disso, argumentou também que foi usado como instrumento dos primos de Pedro Taques para atender interesses políticos.