O Ministério Público do Estado emitiu um parecer favorável para que a deputada estadual, Janaina Riva (MDB) atue como assistente de acusação na ação penal que corre na 11ª Vara Militar de Cuiabá, onde apura o caso nacionalmente conhecido como Grampolândia Pantaneira.
O parecer foi assinado pelo promotor de Justiça, Alan Sidney do Ó Souza, na última sexta-feira (26). Ele justificou que Janaina foi uma das pessoas que teve o telefone interceptado ilegalmente.
Alan ressaltou que ao retornar das suas férias, teve conhecimento das denúncias feitas pelos militares que foram reinterrogados nos dias 16 e 17 deste mês.
O cabo da Policia Militar, Gerson Luiz Ferreira Correia Junior – réu confesso na ação penal - revelou em seu terceiro depoimento à Justiça, que Janaina foi uma das grampeadas por meio de ‘barriga de aluguel’ a pedido do promotor de Justiça, Marco Aurélio que à época comandava o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado.
Alan destacou em seu parecer que o cabo apresentou, desde o início, várias versões que lhe convém, de acordo com a ocasião, joga as provas no rio, quer reger o processo penal ao seu gosto e, ao final, exige elogios e credibilidade a todo custo.
Lembrou até mesmo da decisão proferida pelo juiz Wladymir Perri, que ao decidir sobre a decretação da prisão preventiva de Gerson por conta de mais uma de suas aventuras na noite cuiabana e consequente escárnio às medidas cautelares outrora impostas.
“Então esse cidadão, CB/MT GERSON LUIZ FERREIRA CORREA JUNIOR, NÃO MERECE QUALQUER CREDIBILIDADE, ou seja, O DESCRÉDITO É TOTAL, ao ponto de se poder concluir que tem uma personalidade distorcida, o que oferece sérios riscos à sociedade”, diz trecho da decisão.
Contudo, o MPE se manifestou a favor de Janaina à almejada habilitação de assistência da acusação.
“Outrossim, sobrevindo decisão deferitória de tal pleito, bem como, por consequência, sucedendo-se novos pedidos pela referida assistência de acusação, tais como, juntada de provas, inquirição de testemunhas, etc., pugna o Parquet desde já, por nova vista dos autos para manifestação”, frisou.