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Notícias / Política

20/09/2019 às 07:25

Delator fala pouco em CPI e não cita nomes de políticos

Funaro disse que às delações dele têm agentes públicos do Estado, mas não quis citar nomes

Fernanda Leite

Delator fala pouco em CPI e não cita nomes de políticos

Foto: Assessoria

Um dos principais delatores da operação Lava Jato, o doleiro Lúcio Funaro, prestou depoimento à porta fechada na Comissão Parlamentar de Inquérito da Renúncia e Sonegação Fiscal nessa quinta-feira (19), mas conforme o presidente da CPI, deputado estadual Wilson Santos (PSDB), ele não falou nada que comprometesse alguma autoridade em Mato Grosso e sugeriu acesso à delação premiada no Supremo Tribunal Federal (STF).

Leia mais: Deputados fazem manobra para oitiva secreta e doleiro critica

“Funaro disse que às delações dele têm agentes públicos do Estado, mas não quis dar nomes. Ele também não apresentou documentos, mas deixou aberto seu sigilo telefônico e bancário. O delator sugeriu que pedíssemos ao STF, Procuradoria Geral da República ou Federal Bureau of Investigation  (FBI), informações da sua delação”, contou o tucano.

Santos lamentou que a oitiva tenha ocorrido de forma sigilosa. “Esse depoimento não teve nada demais, eu lamento e os demais colegas também lamentaram depois”, conta.

Quanto as perguntas realizadas pelo tucano, foram sobre o envolvimento e participação do doleiro na JBS em Mato Grosso, envolvimento com agentes públicos, atuação na Caixa Econômica Federal  e outros. “Ele disse que não tem nada a ver com o BNDS e evitou falar muito, e pedia sempre orientação dos advogados’, contou.

Quanto ao maior doador de campanha do ex-governador Pedro Taques (PSDB), o empresário e dono de factorings,  Fernando Mendonça, o doleiro contou que teve contato com ele, mas nunca o viu na casa do Joesley Batista, do grupo J&F, dono da JBS. “Teve contato apenas, mas nunca o viu com Joesley e não viu nenhum governador também.  Ele fez uma fala muito genérica sobre o Mendonça”, pontuou Wilson.  

Funaro ficou conhecido após ser preso na Operação Lava Jato acusado de ser o operador do ex-deputado Eduardo Cunha (RJ) em esquemas de corrupção e de lavagem de dinheiro. Em depoimento à CPI do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social   (BNDES) na Câmara dos Deputados declarou que Joesley, fraudou pagamentos de ICMS em Mato Grosso. O esquema teria ligações com o pagamento de propina a políticos no estado.

O doleiro afirma que Joesley teria poupado o primo mato-grossense Fernando Mendonça em sua delação.

Oitiva fechada

A decisão de uma sessão fechada  foi tomada pela maioria dos membros da comissão. Votaram pela oitiva secreta a deputada Janaína Riva (MDB), acompanhada pelos pares Dilmar Dal Bosco (DEM) e Ondanir Bortolini “Nininho” (PSD). Santos foi voto vencido.

Os parlamentares resolveram acatar recomendação posta em parecer exarado pela Procuradoria-Geral da Casa, que foi representada na reunião pelo procurador-geral adjunto Ricardo Riva e pelo também procurador Carlos Dornellas.
 
 
 
 
 
 
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