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12/05/2020 às 14:00

Após sequência de altas, etanol volta a preços de 2019 em postos de Cuiabá - entenda

Guerra entre potências do petróleo e pandemia resultaram em queda nos preços

Camilla Zeni

Após sequência de altas, etanol volta a preços de 2019 em postos de Cuiabá - entenda

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Depois de ser surpreendida desde o fim de 2019, semana após semana, com aumentos expressivos no valor dos combustíveis, a população já volta a ver preços mais baixos nas bombas de combustíveis. 

Em Cuiabá, por exemplo, é possível encontrar etanol a R$ 2,22 enquanto, em Várzea Grande, município vizinho, alguns postos de combustíveis oferecem o produto a R$ 2,18 por litro. O valor é semelhante ao que era praticado há quase um ano. Segundo levantamento da Agência Nacional de Petróleo (ANP), o preço do etanol em Cuiabá no mês de abril de 2019 era, em média, R$ 2,19.

No caso da gasolina, o preço chegou a bater R$ 4,60 no mês de março, vindo registrar quedas a partir de então. No mês de abril já era possível encontrar o combustível por R$ 4,17.

Conforme a ANP, na primeira semana de maio, porém, a gasolina tinha preço médio calculado em R$ 3,75 nos postos de Cuiabá. O valor mais alto encontrado em Mato Grosso foi em Sorriso (400 km da Capital), onde o combustível ainda custava, em média, R$ 4.

A alta no preço dos combustíveis foi sentida de forma mais acentuada a partir de dezembro de 2019, quando a população passou a amargar aumentos sucessivos nas bombas. A justificativa era a entrada de nova legislação que alterou os incentivos fiscais em Mato Grosso.

Segundo a ANP, no início de 2020 o litro do etanol chegou a custar R$ 3,33 para os motoristas. Hoje, a média de preços é calculada oficialmente em R$ 2,34 na Capital, sendo que o maior preço foi registrado no município de Sinop (500 km de Cuiabá), onde o custo médio do etanol é de R$ 2,60.

Então, de uma sequência de alta nos preços, o que motivou a queda brusca no valor? 

O diretor-executivo do Sindipetróleo, Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Estado de Mato Grosso, Nelson Soares, explica que dois fatos mundiais foram decisivos para a derrubada brusca no preço do combustível: a queda no valor do petróleo e a disseminação da pandemia do novo coronavírus.

No início do ano, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo propôs a diminuição no ritmo de produção do produto, considerando que já se alastrava pelo mundo o novo vírus. Contudo, a Rússia não aceitou o combinado e a Arábia Saudita, que é líder na produção de petróleo em todo o mundo, fez uma retaliação. 

O país do Oriente Médio aumentou a produção de petróleo e abaixou o preço dos barris ao menor preço dos últimos 20 anos, segundo explicou o diretor do Sindipetróleo.

Aliado à isso, a pandemia do novo coronavírus e as medidas de isolamento social reduziram significativamente a revenda do produto, criando um grande estoque de petróleo em todo o globo terrestre.

Impactos locais
Conforme explicou Nelson Soares, a venda de combustíveis nas cidades sofreu queda de 60% do início de 2020 até o fim de abril. Nas estradas mato-grossenses a queda de arrecadação com os produtos foi menor, mas ainda margeia os 40%.

Com demanda abaixo do que se estava acostumado e grande estoque de matéria prima, os preços dos combustíveis tiveram redução de pouco mais de 30%.

E agora com o retorno da movimentação e relaxamento das medidas contra o coronavírus, o preço do combustível deve aumentar? A resposta, segundo Nelson Soares, é sim. Contudo, não de forma exorbitante como se viu nos últimos meses de 2019.

"Não dá para projetar um aumento exponencial porque a queda foi muito acentuada. O consumo vai aumentar nos próximos dias ainda é muito baixo", explicou.

Segundo ele, na última semana foi possível notar um crescimento de 10% na arrecadação dos postos de combustíveis. Entretanto, o ganho não se compara às perdas dos últimos meses.

"Nessa semana experimentamos um aumento de 10%, mas para quem saiu 60%, não recupera.
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