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Notícias / Política

25/06/2020 às 13:41

Mendes diz que País precisa de 'liderança nacional' e 'dinheiro não é tudo' na pandemia

O governador ainda criticou as trocas de comando no Ministério da Saúde, os medos dos gestores em serem alvos da PF e a pressão popular.

Alline Marques

Mendes diz que País precisa de 'liderança nacional' e 'dinheiro não é tudo' na pandemia

Foto: Christiano Antonucci/Secom-MT

O governador Mauro Mendes (DEM) criticou a condução do governo Federal neste período de pandemia e disse que o Brasil precisa de "liderança nacional" e que "dinheiro não é tudo". Ele criticou ainda as trocas de comando no Ministério da Saúde, os medos dos gestores em serem alvos da Polícia Federal e a pressão popular. 

As declarações foram dadas durante uma reunião remota da comissão mista criada no Senado para acompanhar as ações de combate à covid-19. O encontro reuniu governadores representantes de consórcios regionais para discutir os impactos das medidas relacionadas à saúde pública.

Mendes criticou, por exemplo, o fato de o presidente Jair Bolsonaro ter retirado do cargo dois ministros da Saúde durante a pandemia. O general Eduardo Pazuello, que comanda a pasta desde maio, atua como interino. Ele pontuou ainda apesar do envio de recursos por parte da União, “dinheiro não é tudo”.

"Tenho que reconhecer que o governo federal faz um esforço sob o ponto de vista financeiro para ajudar estados e municípios. Mas o dinheiro, que é sempre importante, não é tudo. Nós precisaríamos de uma articulação mais presente e mais próxima. Uma liderança nacional para conduzir esse momento grave do nosso país. Essa característica de interinidade gera instabilidade. Trocar três ministros da Saúde em um período tão crítico não é algo razoável", declarou. 

Mendes disse que espera que o governo possa pacificar esta questão e resolva logo o titular do Ministério da Saúde para dar estabilidade.

O governador também lembrou da falta de medicamentos que dificulta o enfrentamento da pandemia de coronavírus na região Centro-Oeste. Segundo o governador, a alta procura pelos remédios que compõem o chamado “kit covid” — como a ivermectina e azitromicina — gera aumento de preços e inibe a ação dos gestores públicos.

"Os gestores públicos estão com medo de comprar e daí a pouco ver a Polícia Federal batendo na porta. Se tem alguma compra que foi feita com 20% ou 30% mais caro, o Ministério Público já está abrindo procedimento investigativo para dizer que há superfaturamento. Temos uma realidade muito dura", argumentou. 

Outro ponto colocado por Mendes é a pressão popular. "Grande parte da população já acha que ali tem rolo, confusão. E isso cria um ambiente muito hostil que depõe contra o interesse maior, que é tomar providencias para atender nossa população", explicou.

Além da falta de medicamentos, pressão popular e as investigações, o governador aponta para outro problema: a carência de profissionais de saúde. O que acaba sendo um obstáculo ao enfrentamento da pandemia.

"Não temos médicos para todas as UTI que tentamos ou conseguimos abrir. Não temos os profissionais qualificados. Alguns abandonam seus postos de trabalho: quando se contaminam, eles precisam se afastar. É uma realidade muito difícil", admitiu.

Mauro Mendes disse que a pandemia chegou “um pouco atrasada ao Brasil Central”. Mas afirmou que os estados da região já sofrem com os desdobramentos da crise. Para ele, a pandemia causa consequências graves na saúde pública e faz com que os gestores precisem atender uma demanda para qual não estavam preparados. 

"Todo mundo correu para abrir novos leitos de UTI e hospitais. Mas, mesmo assim, na grande maioria dos estados esses esforços não são suficientes para atender o grande número de pessoas contaminadas e que precisam de um leito público", reconheceu.

Em Mato Grosso, por exemplo, a taxa de ocupação de leitos de UTI na rede pública já é de 85%, apesar da abertura de novos leitos. O estado optou por não fazer hospital de campanha e criar leitos que fossem ficar para a população após a pandemia, mas se preocupa com o colapso no sistema com o aumento significativo dos casos. 

Segundo o Ministério da Saúde, o Brasil tem 1,1 milhão de casos confirmados de covid-19, com 53,8 mil mortes. A região Centro-Oeste responde por 73.520 casos e 1.357 óbitos. Já em Mato Grosso, de acordo com o boletim divulgado pela Secretaria de Saúde nessa quarta-feira (24), o estado tem 11.571 casos da doença e 445 mortes.

O governador Mauro Mendes preside o Consórcio Brasil Central, uma autarquia pública que representa o Distrito Federal e os estados de Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Tocantins, Maranhão e Rondônia.


 
Com informações da Agência Senado
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