Os bolivianos Arcindo Sumbre García, Paulo Pedraza Chore, Yonas Pedraza Tosube e Ezequiel Pedraza Tosube Lopez estariam retornando de uma caçada, perto da cidade de San Martias, quando foram cercados e baleados por policiais de Mato Grosso na fronteira com o município de Cáceres (219 km de Cuiabá), durante operação contra o tráfico de drogas no dia 11 de agosto.
Eles estariam, inclusive, levando em suas mochilas as carnes já secas de porcos do mato, provenientes da caça.
Desde então, a morte desses quatro indígenas da etnia Chiquitano, envolvendo o Grupo Especial de Fronteira (Gefron), mobiliza famílias, entidades indigenistas, movimentos sociais e até parlamentares, que questionam a atuação policial em "circunstâncias ainda nebulosas".
É o que diz uma moção de repúdio aprovada na Assembléia Legislativa de Mato Grosso (ALMT) nesta quinta-feira (2), de autoria do deputado Valdir Barranco (PT), que reafirma uma versão relatada pelos familiares das vítimas. O documento aponta que os corpos apresentaravam sinais de tortura, como a orelha cortada e os dentes quebrados.
A Secretaria do Estado de Segurança Pública (Sesp-MT) chegou a noticiar o caso, informando que o Gefron recebeu uma denúncia de que os bolivianos estariam traficando junto a um grupo de "várias pessoas". Eles teriam sido mortos durante um conflito e estavam armados; no entanto, a equipe policial não informou ter encontrado entorpecentes com as vítimas.
“Foi prestado socorro médico aos feridos até o Hospital Regional de Cáceres, no entanto nenhum deles resistiu aos ferimentos e vieram a óbito. Diante dos fatos foi confeccionado boletim de ocorrência. As armas e munições foram encaminhadas para Defron para que sejam tomadas as providências que o caso requer”, diz a matéria da Sesp.
Durante a tarde, membros do Conselho Indigenista Missionário (Cimi) e outras organizações sociais estiveram reunidos com o governo boliviano em Cáceres. O grupo também se organizou para levar assistência às famílias afetadas pelas mortes, já que dependiam das caças feitas pelos quatro adultos, principalmente em contexto de pandemia.
O Cimi informou ainda que aguarda o término da viagem dos representantes para se posicionar com novas informações e levou o caso ao Conselho de Direitos Humanos do estado.
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