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Notícias / Política

05/11/2020 às 23:39

Com apenas quatro candidatos, debate é marcado por clima morno e sem polêmica

Emanuel, Abilio, Françe e Julier não compareceram ao debate organizado por alunos de Economia da UFMT

Alline Marques

Com apenas quatro candidatos, debate é marcado por clima morno e sem polêmica

Foto: Eduarda Fernandes

Um debate morno, sem a presença de alguns dos figurões da disputa pela Prefeitura de Cuiabá. Assim ocorreu o evento promovido pelo Centro Acadêmico de Economia da Universidade Federal de Mato Grosso na noite desta quinta-feira (5).

Quatro candidatos, dos oitos que concorrem ao cargo de prefeito, se reuniram para debater propostas com os acadêmicos do curso de Economia da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT).

O prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) mais uma vez faltou a um debate. Além dele, Roberto França (Patriota), Abilio Junior (Podemos) e Julier (PT) também não participaram.

Abilio chegou a confirmar a participação, mas comunicou a organização do evento pouco antes do início que não seria possível estar presente porque estava no hospital com o filho que nasceu ontem e estaria com algumas complicações de saúde.

O vice, Felipe Wellaton (Cidadania), chegou a ir ao evento e tentou participar, mas como não estava previsto no regulamento, Gisela Simona (Psol) não aceitou a alteração. Sendo assim, participaram, além dela, Aécio Rodrigues (PSL), Gilberto Lopes (Psol), Paulo Henrique Grando.

O primeiro bloco foi marco pela apresentação dos candidatos. Já na sequência iniciou-se a rodada de perguntas enviadas por professores e convidados dos alunos. A primeira dela tratava-se do e financeiro em decorrência da crise gerada pela pandemia e foi feita a Aécio. O candidato começou lembrando que ainda é preciso saber como irá encontrar as contas da Prefeitura, fazendo uma crítica ao portal transparência.

“Uma das nossas medidas que a gente cobra e fala é o enxugamento da máquina. Na gestão atual existem mil cargos comissionados e 10 mil contratados. Cargos que não tem estabilidade e não tem respeito pelo trabalho que presta. Queremos reduzir ainda no primeiro anos de 2 a 3 mil cargos de quem não trabalha efetivamente na prefeitura, e vamos valorizar os concursados”.

Para Gilberto foi questionado sobre o aumento do endividamento e queda na capacidade de pagamento. O socialista falou do combate à corrupção e disse que pretende usar o recurso de maneira efetiva, sem que seja desviado, para ter mais eficiência nos serviços.

Gisela falou sobre a saúde de Cuiabá e a eficiência dos gastos. Ela pontuou que esta é uma área de prioridade, também falou sobre o combate à corrupção, lembrou do afastamento dos dois secretários municipais da pasta. A candidata ainda disse que pretende mudar o modelo de gestão, investir na atenção básica, reduzir as filas dos leitos, que atualmente é manipulado pelo “tráfico de influência”.  “Vamos economizar 10% do orçamento e com isso teremos 300 milhões, por ano, que vai sobrar para a saúde”.

Grando, ainda no primeiro bloco, comentou sobre a agricultura familiar e alinhamento falou sobre aproveitar a estrutura que já existe, como a Empaer, que na opinião dele é pouco utilizada pelo poder público municipal devido à briga entre Emanuel e o governador Mauro Mendes.

“Além do suporte técnico, é preciso estimular o associativismo ou cooperativismo para que se tornem independentes. Já existem cooperativas que fazem isso, mas precisa expandir. Quando se associam eles conseguem acessar novas tecnologias”, ressaltou.

O segundo bloco também foi de perguntas feitas por convidados com foco na economia de Cuiabá. Aécio respondeu sobre quais gastos serão prioridades na sua gestão e, para ele, assistência social será essencial, principalmente, por estar saindo da pandemia. A saúde já gastou 1,7 bilhão, e tem empenhado 2,3 bilhões, de um orçamento de R$ 3,2 bilhões. Quase 50% do orçamento foi gasto na saúde.

“Ai eu falo com o cidadão, falta remédio, falta atendimento médico, hospitais com estruturas precárias, e precisamos saber para onde está indo tanto dinheiro”. O social-liberal disse ainda que fará auditorias nos contratos da prefeitura, para evitar os escândalos de corrupção como os que ocorreram na atual gestão.

Gilberto comentou sobre a ineficiência da gestão fiscal e quais medidas pretende adotar para mudar essa realidade. Ele pontuou que Cuiabá vem sendo maltratada há duas décadas e por isso pretende implementar a modernização da máquina pública com mais eficiência na fiscalização para melhorar a arrecadação, mas sem penalizar o cidadão.

Única candidata mulher na disputa, Gisela comentou sobre as políticas voltadas ao público feminino. Ela garantiu que no plano de governo possui uma política de valorização da mulher, vai buscar pela representatividade no secretariado, e ainda deverá manter a Secretaria da Mulher, mas com um orçamento que dê condições para que a pasta realmente atue na criação de medidas que beneficiem mulheres. A socialista ainda falou os programas de qualificação e de liberação de créditos para estimular o empreendedorismo.

Grando falou sobre plano de retomada no pós-pandemia e ele foi enfático em afirmar que “problemas de retomada são tentativas inúteis do poder público para recuperar economia, o que acaba só desperdiçando recurso”. Para ele, a prefeitura precisar melhorar o ambiente de negócio para que os empreendedores, de forma decentralizada, possam criar soluções inovadoras. “O que a prefeitura precisa é sair da frente, parar de atrapalhar, parar de criar regulações e proibições”, defendeu.

Os demais blocos foram de debate entre os candidatos e com temas estabelecidos pela organização. O primeiro tema foi educação, em seguida saúde, e ainda discutiu-se mobilidade urbana. Os candidatos falaram suas propostas, basicamente que estavam em seus planos de governo.

Aécio adotou um tom mais criticou, enquanto os demais seguiram na linha mais propositiva. Gilberto Lopes apresentou nervosismo, não respondeu todos os questionamentos, mas pontuou algumas pautas ligadas também à ideologia do partido.

Grando defendeu em linhas gerais uma política mais objetiva, sem burocracia e comentou até sobre a contratação de espaço em escolas privadas para atender a demanda da educação infantil.

Já Gisela, que era a melhor pontuada nas pesquisas dentre os participantes, foi mais objetiva nas respostas, pontuou os problemas com a falta de estrutura das escolas, assim como a problemática no atendimento primário na saúde.
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