O MDB tem se tornado insustentável para Emanuel Pinheiro (MDB). Desde a homologação do nome do prefeito para a disputa a reeleição o afastamento dele à legenda era visível, e nesta quinta-feira (3), o presidente da sigla e cacique do partido, deputado federal Carlos Bezerra, ainda convidou o governador Mauro Mendes (DEM) para seguir para a legenda. O democrata é o principal rival de Pinheiro neste momento.
O convite foi feito durante reunião de Mendes com prefeitos eleitos pelo MDB em Mato Grosso. O cacique do partido ainda criticou a postura de Emanuel em não comparecer ao encontro com o governador e alfinetou o prefeito.
“Quero dizer governador que seremos parceiros nos próximos anos, pode contar com nossa lealdade, queremos ajudar e não atrapalhar. Todos têm o mesmo estilo, não tem ladrão e nem corrupto. Honesto e quer fazer”, declarou durante a reunião, logo que fez o convite.
Bezerra disse ainda que o convite foi um pedido de todos os prefeitos do MDB. Já especificamente sobre a ausência de Pinheiro, o cacique considerou um erro.
“Foi um erro. Ele foi convidado por mim, pelo chefe da Casa Civil. Foi um erro. O prefeito da capital tem que fazer esta ponte. A vinda dele aqui poderia contribuir muito com os outros prefeitos e iniciar um entendimento com o governo do Estado. Mas o problema é dele, só acho que ele não poderia ter feito isso”, disse o deputado à imprensa logo que deixou a reunião.
Outra clara insatisfação que Bezerra não perdoou da parte de Emanuel foi a de ter apoiado o filho Emanuelzinho na disputa em Várzea Grande contra outro filiado do MDB, Kalil Baracat, que inclusive esteve na reunião com Mendes.
“O filho dele era presidente do MDB jovem, saiu, foi para o PTB para ser candidato a federal, depois foi candidato a prefeito de Várzea Grande em enfrentamento ao nosso candidato, o que gerou descontentamento interno no partido muito grande. Ele se queixa do partido, mas a culpa é muito maior dele do que do partido. Este ato que ele cometeu foi um erro grave. Ficou um prefeito do MDB e o filho dele contra o MDB lá em Várzea Grande”, completou.
Bezerra ainda relembrou outra traição de Emanuel à sigla em 2018, quando o prefeito optou por apoiar Wellingon Fagundes (PL) ao invés de seguir a orientação do partido que estava na coligação de Mauro Mendes (DEM).
Já durante a campanha especulou-se a possibilidade Emanuel deixar o MDB, principalmente, após o racha com a deputado Janaina Riva, vice-presidente do MDB. A parlamentar, inclusive, declarou apoio a Roberto França (Patriota) no primeiro turno, mas acabou ficando isenta no segundo e já explicou que nenhum dos candidatos a representava.
Dentre os partidos que Emanuel pode seguir estão o PTB e o PP, aliados de primeira hora. O primeiro inclusive, além do filho, tem o presidente da Câmara de Cuiabá, Misael Galvão, que se desgastou pelo apoio incondicional ao chefe do Executivo. E o segundo tem o ex-senador Blairo Maggi e o deputado estadual Paulo Araújo que auxiliar Emanuel na campanha.
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