O deputado estadual Ulysses Moraes (PSL) acusa a Secretaria de Saúde de Mato Grosso de ter alterado documentos referentes às vacinas da covid-19. Segundo o parlamentar, as mudanças foram feitas após uma série de denúncias feitas por ele, que haviam sido desqualificadas pelo órgão.
O apontamento foi feito durante audiência pública na Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), na manhã desta quinta-feira (11). Na ocasião, alguns parlamentares acompanharam explicações do secretário de Saúde, Gilberto Figueiredo, a respeito do recebimento e distribuição das doses.
De acordo com Ulysses, o documento alterado é a Resolução CIB nº 3/2021, da Secretaria de Saúde, que apontava, em seu anexo único, 2 mil doses remanescentes da primeira remessa de vacinas contra a covid-19, feita pelo Governo Federal.
No entanto, o anexo do documento foi substituído, apresentando outro número de doses remanescentes, muito acima do que constava no documento anterior. Segundo o parlamentar, a alteração no arquivo é comprovada inclusive com a mudança de onde estava a assinatura do secretário de Saúde.
"Eu não sei se o senhor sabe mas alteração de documento público pode ensejar ato de improbidade administrativa, bem como ilícito penal de falsificação de documento público ao se alterar documento público verdadeiro já existente mediante a substituição dos números anexos sem as devidas formalidades", colocou o parlamentar.
O caso chamou atenção do deputado estadual Lúdio Cabral (PT), que presidia a audiência pública. Durante o encontro, o parlamentar chegou a pedir, reiteradas vezes, que o secretário de Saúde esclarecesse sobre os apontamentos levados por Ulysses.
"O questionamento do deputado Ulysses é sobre a mesma resolução ter duas versões na Secretaria de Estado de Saúde. Uma versão com quatro páginas, outra com três. E uma versão com uma tabela que prevê mil doses para trabalhadores da saúde e outra que prevê quase duas mil pessoas a serem vacinadas. É uma diferença de duas versões de uma mesma resolução", pontuou Lúdio.
Gilberto, por sua vez, disse que foi pego de surpresa e que não estava preparado para os apontamentos do deputado. Ele garantiu que vai analisar e responderá oficialmente sobre o questionamento.
Já para a imprensa, após a audiência pública, o secretário alegou que as acusações de Ulysses seriam “um show pirotécnico”, visando as eleições de 2022.
“Mais uma vez, um show pirotécnico, um show de mídia. Ele já fez isso lá pra trás com os respiradores, quando uma secretária-adjunta foi com ele no nosso almoxarifado, mostrou que não tinha respirador guardado e mesmo assim ele gravou um vídeo fazendo fake news. E a mesma coisa está fazendo agora. Fez denúncia ao Ministério Público? Cabe aos órgãos de controle apurar”, avaliou.
